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    Bancos centrais estão demorando para reduzir os juros no mundo, diz Stuhlberger

    CEO da Verde Asset Management comentou sobre eleições nos EUA e os cenários para a economia chinesa

    Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset Management
    Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset Management Youtube/BTG Pactual

    Pedro Zanattada CNN

    São Paulo

    A política monetária é um dos principais temas de discussão dentro do mercado financeiro em 2024. Na avaliação de Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset Management, os bancos centrais estão seguindo uma postura conservadora e demorando para reduzir as taxas de juros.

    Stuhlberger explica que o receio ocorre por conta da “desmoralização” que as instituições sofreram durante a pandemia, quando houve uma “demora” para que o ciclo de alta das taxas fosse iniciado.

     

    A avaliação foi feita nesta terça-feira (6) durante sua participação no CEO Conference 2024, evento do BTG Pactual em São Paulo. A conferência reúne investidores, autoridades e gestores para discutir os cenários e perspectivas econômicas.

    Quem corroborou a análise do chefe da Verde foi o sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier.

    “Os BCs estão conservadores, erraram barbaramente na ida e não querem errar na volta. Mas estão claramente fora da curva”, disse Xavier.

    Em sua avaliação, as economias estão com receio de uma possível inflação gerada pelo mercado de trabalho aquecido, uma vez que em países como é o caso dos Estados Unidos, o setor segue aquecido, ainda que a inflação esteja em uma trajetória benigna.

    China, Estados Unidos e a inflação global

    Outro foco presente no painel Top Gestoras do Mercado foi o cenário de inflação global. Na avaliação dos gestores, o processo para atingir a desinflação está na reta final.

    “Esperávamos que o ‘last mile’ fosse muito mais difícil do que foi”, disse Stuhlberger, que observa um cenário positivo no longo prazo “com os EUA voltando ao cenário observado entre 2010 a 2020 de emprego robusto e inflação controlada”.

    Rogério Xavier pontuou sobre o processo de desinflação de bens. A avaliação é de que o excesso de exportações da China contribui para a pressão nos preços do segmento.

    No entanto, o economista alerta para os efeitos negativos e entende que a China passa por um período de “esgotamento do modelo econômico”.

    “Estão exportando um excedente para o mundo inteiro, isso derruba o preço dos bens. Para nós (Ocidente) é o paraíso, mas para a China está se endividando cada vez mais e sem retorno”, explicou.

    Os gestores também observam com cautela a relação de ambos os países caso confirmada uma eventual vitória do ex-presidente Donald Trump nas eleições de novembro.

    O receio se dá pela possibilidade de Trump elevar as tarifas de importação de produtos chineses, desencadeando impactos significativos na economia asiática.

    “O problema caso o Trump ganhe é a decisão de subir as tarifas de importação, isso deixaria a China sem ter o que tem de melhor hoje, a economia. Esse é o um desafio”, comentou o gestor da Verde.