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    Banco Mundial projeta crescimento de 1,3% para América Latina e Caribe em 2023

    Para a Zona do Euro, instituição prevê estagnação da atividade econômica em 2023

    Gabriel Bueno da Costa, Natália Coelho e Sergio Caldas, do Estadão Conteúdo

    O Banco Mundial estima que os países da América Latina e do Caribe registrem crescimento econômico de 1,3% neste ano e de 2,4% em 2024, em seu relatório Perspectivas Econômicas Globais, publicado nesta terça-feira (10). Em comparação com os números projetados seis meses atrás, houve um corte de 0,6 ponto porcentual na previsão para o ano atual, enquanto o de 2024 foi mantido.

    Em 2022, o Banco Mundial acredita que a região tenha tido crescimento de 3,6%, 1,1 ponto porcentual acima do estimado seis meses antes. Ele afirma que a demanda global mais fraca será um fator negativo para o crescimento no curto prazo na região, enquanto a demanda doméstica é contida pelo aperto na política monetária e pela “persistente incerteza política em alguns países”.

    O Banco Mundial diz que os maiores riscos de baixa à economia regional são externos: o aperto nas condições financeiras globais “poderia precipitar fugas de capital e desvalorizações cambiais”, enquanto a economia global pode desacelerar mais que o previsto, provocando “forte queda” nos preços de commodities exportadas por América Latina e Caribe.

    “Esses ou outros choques adversos poderiam reduzir mais o crescimento, o que poderia catalisar distúrbio social, dada a estagnação nos padrões de vida”, afirma o Banco Mundial. Ele menciona ainda “desastres relacionados ao clima” como uma “ameaça sempre presente”, especialmente para os países menores da região.

    Entre algumas nações da região, o Banco Mundial estima que o PIB da Argentina crescerá 2,0% em 2023 e também 2,0% em 2024. Já o Chile deve sofrer contração de 0,9% neste ano, com avanço de 2,3% em 2024. O México, por sua vez, crescerá 0,9% neste ano e 2,3% no próximo, projeta o Banco Mundial. Para o Brasil, ele estima altas de 0,8% e 2,0%, respectivamente.

    Zona do Euro

    O Banco Mundial revisou suas projeções econômicas para a zona do euro e espera agora que ela sofrerá estagnação no ano atual, segundo seu relatório. Seis meses atrás, ele previa crescimento de 1,9% na região da moeda comum.

    Para 2024, a expectativa de crescimento foi cortada, de 1,9% a 1,6%. Em 2022, a estimativa é que o crescimento a região tenha sido de 2,5%.

    A zona do euro enfrenta um quadro de ciclo de aperto monetário, no momento em que o Banco Central Europeu (BCE) trabalha para conter a inflação. Além disso, há pressões na oferta de energia, acrescenta o Banco Mundial, no contexto da guerra da Rússia na Ucrânia e seus efeitos.

    “A zona do euro também está lutando com severas interrupções no fornecimento de energia e aumentos de preços associado à invasão da Rússia na Ucrânia”, diz a instituição.

    Para a Rússia, o Banco Mundial projeta contração de 3,3% neste ano, com crescimento de 1,6% em 2024. No caso da Ucrânia, a expectativa da instituição é de avanços de 3,3% e 4,1%, respectivamente.

    China

    O Banco Mundial cortou drasticamente suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China tanto em 2022 quanto em 2023, segundo relatório semestral de perspectiva econômica.

    No documento, a instituição aponta que a atividade econômica chinesa se deteriorou de forma marcante no ano passado, em meio a severas restrições adotadas para combater a covid-19, secas que atingiram níveis inéditos e a persistente crise do setor imobiliário.

    Neste quadro desfavorável, o Banco Mundial estima que o avanço do PIB chinês desacelerou para 2,7% em 2022, que seria seu pior resultado desde meados da década de 70. Há seis meses, a previsão era de alta de 4,3%. Em 2021, a segunda maior economia do mundo cresceu 8,4%, segundo revisão oficial feita no fim de dezembro.

    Para 2023, a instituição projeta alta mais robusta do PIB chinês, de 4,3%, à medida que a reversão da política de “covid zero” de Pequim liberar o consumo reprimido. No relatório anterior, contudo, o Banco Mundial acreditava que a China cresceria 5,2% este ano.

    A revisão para 2023 foi atribuída a transtornos ligados à covid “mais duradouros do que o esperado”, demanda externa mais fraca e persistente fraqueza no setor imobiliário.

    Já para 2024, o Banco Mundial agora prevê alta de 5% do PIB chinês, representando ligeiro ajuste em relação à estimativa anterior, de 5,1%.

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