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    Banco Mundial eleva previsão de crescimento do Brasil em 2021 para 5,3%

    Já a projeção do PIB brasileiro em 2022 recuou para 1,7%

    Anna Russido CNN Brasil Business , em Brasília

    O Banco Mundial (BM) estima que a economia brasileira vai avançar 5,3% em 2021. Além de ser melhor que a alta de 4,3% calculada pela instituição internacional em junho, o número, divulgado nesta quarta-feira (6), também está acima das expectativas do mercado financeiro, que, de acordo com o último Boletim Focus, vê crescimento econômico de 5,04%.

    Por outro lado, a projeção do BM para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 recuou para 1,7%, ante 3% em junho.

    As previsões de crescimento do Brasil são menores que os avanços de 6,3% (2021) e 2,8 (2022) calculados para a região da América Latina e Caribe (ALC) como um todo. Se confirmada a projeção, a alta da economia da região da ALC em 2021 poderá recuperar as perdas de 6,7% registradas em 2020.

    As perspectivas para o Brasil também estão menores que as estimativas de expansão para as principais economias da região. Confira:

    Argentina
    2021: 7,5%
    2022: 2,6%

    Chile
    2021: 10,6%
    2022: 2,4%

    Colômbia
    2021:7,7%
    2022: 4,2%

    México
    2021:5,7%
    2022: 3%

    Peru
    2021:11,3%
    2022: 3,2%

    “A recuperação econômica da ALC está sendo mais vigorosa que a prevista no início do ano, mas ainda permanece mais lenta do que ditaria a atual conjuntura favorável. […] Dadas as recuperações robustas dos principais parceiros comerciais dos países da região, as baixas taxas de empréstimos globais e a perspectiva de outro super ciclo de commodities, as taxas de crescimento podem ficar 1,5 ponto percentual acima da previsão”, destaca documento do Banco Mundial.

    Desafios na ALC

    Na avaliação do Banco Mundial, os custos sociais da pandemia foram “devastadores” e, consequentemente, a região enfrentará desafios antes de alcançar uma recuperação econômica plena.

    De acordo com a instituição, sem considerar os resultados do Brasil, os índices de pobreza, medidos com base em uma renda domiciliar per capita de até US$ 5,50/dia, aumentaram de 24% para 26,7%.

    “Uma boa notícia é que a campanha de vacinação vem ganhando força nos últimos seis meses e, embora ainda esteja longe dos índices almejados, já tem gerado uma redução nas mortes por Covid-19 na maioria dos países”, observa.

    Ainda na visão do BM, qualquer recorrência do novo coronavírus poderá levar a declínios na atividade econômica. “Não apenas devido a medidas governamentais para impor distanciamento social, mas também porque metade do declínio na atividade se deve ao distanciamento voluntário resultante do medo de contrair a doença”, explica.

    Além disso, o banco também destaca a redução da liquidez global para conter a inflação. “Caso as pressões inflacionárias globais não sejam temporárias, as taxas aplicadas a empréstimos aumentarão no mundo todo, deprimindo a demanda e pondo em risco a gestão orçamentária”.

    O aumento da dívida pública e dos déficits orçamentários também são fatores que podem dificultar a retomada da atividade econômica na região, uma vez que, de maneira geral, “os governos da região gozam de pouco espaço para participar de investimentos que promovam o crescimento e o patrimônio líquido”.

    Por último, o documento também destaca altos níveis de dívida do setor privado e falta de clareza sobre a solidez do setor bancário. Pesquisas do Banco Mundial mostram que, em muitos países, de 40% a 60% das empresas encontram-se inadimplentes como resultado da queda de receitas causada pela pandemia.

    “Na melhor das hipóteses, essas pendências frearão os investimentos; no pior dos casos, criarão empresas zumbis: ainda abertas, mas efetivamente em rota de falência”, expõe.

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