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    BoE evitou ameaça à estabilidade do sistema financeiro, diz presidente do banco

    Segundo Andrew Bailey, banco central tem de ter a capacidade de fazer intervenções de política monetária e de estabilidade financeira ao mesmo tempo

    Aline Bronzati, enviada especial, e Clarice Couto, do Estadão Conteúdo

    O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, afirmou que a intervenção feita pela autoridade monetária por meio da compra de bônus do governo britânico – os chamados Gilts, evitou uma crise maior.

    Em duas semanas, o BC adquiriu cerca de 20 bilhões de libras em títulos para tentar impedir que a turbulência se espalhasse.

    De acordo com Bailey, movimentos violentos vistos nos mercados financeiros do Reino Unido nas últimas semanas colocaram em evidência as falhas na estratégia e na estrutura de uma parte importante de muitos fundos de pensão.

    “O Banco da Inglaterra teve de intervir para lidar com uma ameaça à estabilidade do sistema financeiro, nosso outro objetivo central”, disse, durante evento anual do Grupo dos Trinta (G30), organismo internacional e que reúne os principais financiadores e acadêmicos do mundo.

    De acordo com ele, pode parecer “haver tensão” entre apertar a política monetária e comprar dívida do governo para aliviar uma ameaça crítica à estabilidade financeira. Isso explica, conforme o banqueiro central, porque as ações do BoE são “estritamente temporárias” e foram projetadas para fazer o “mínimo necessário”.

    Segundo ele, o banco central tem de ter a capacidade de fazer intervenções de política monetária e de estabilidade financeira ao mesmo tempo. “Como banco central, temos de ser capazes de fazer as duas coisas, e a qualquer momento. Não podemos nos recusar a fazer um porque parece estar em desacordo com o outro”, afirmou.

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