Autoridades chinesas dizem que vão ajudar Evergrande a lidar com crise
Governo de Guangdong afirma que enviaria um grupo de trabalho para ajudar na administração de riscos
Autoridades chinesas disseram nesta sexta-feira (3) que iriam intervir para ajudar a Evergrande a lidar com sua crise, depois que a gigante imobiliária altamente endividada alertou que corria o risco de não cumprir uma grande obrigação financeira e buscou ajuda do governo de sua província.
O governo de Guangdong, província no sul da China onde a empresa fica sediada, disse que, a pedido da Evergrande, enviaria um grupo de trabalho para ajudar na administração de riscos.
O grupo deve supervisionar e aprimorar a gestão de riscos e os controles internos da companhia, além de ajudá-la a manter as operações normais, dizem autoridades. Segundo o governo, a decisão foi tomada depois que funcionários convocaram o presidente da empresa, Hui Ka Yan, para uma reunião.
Também nesta sexta, o Banco Central da China disse que apoia a decisão do governo de Guangdong de intervir. O Banco do Povo da China (PBoC), pro sua vez, afirmou que cooperaria com os esforços e trabalharia com outras agências e governos locais para ajudar a reduzir os riscos da Evergrande e manter a estabilidade nas propriedades do país mercado. Os reguladores bancários e de valores mobiliários da China também disseram que trabalhariam juntos para manter saudável o setor imobiliário em geral.
As autoridades também usaram palavras duras para a empresa. “Os riscos de Evergrande são principalmente devido à sua própria má gestão e expansão cega”, disse o PBoC, ecoando algumas de suas críticas anteriores ao desenvolvedor de 25 anos.
Em um documento regulatório, a Evergrande afirmou nesta sexta que recebeu uma demanda de US$ 260 milhões para “cumprir suas obrigações sob uma garantia” e, se não honrar com seus compromissos, alguns credores podem exigir o reembolso acelerado das quantias que são devidas.
A incorporadora também disse que planeja trabalhar com credores internacionais em um plano de reestruturação, efetivamente admitindo pela primeira vez que suas pesadas dívidas offshore não são sustentáveis.
A companhia afirmou que “planeja se envolver ativamente com os credores offshore para formular um plano de reestruturação viável do endividamento offshore da empresa para o benefício de todas as partes interessadas.”