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    Aumento do preço das passagens dificulta recuperação do turismo, diz economista

    Fabio Bentes avaliou que valores ainda devem demorar para começar a diminuir

    Ludmila CandalVinícius Tadeuda CNN Em São Paulo

    Quando comparados com o ano passado, os preços das passagens aéreas para os feriados da Páscoa e de Tiradentes chegaram a registrar alta de até 270%. Na avaliação do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Fabio Bentes, os aumentos tornam a recuperação do turismo ainda mais difícil.

    Em entrevista à CNN nesta quinta-feira (14), ele afirmou que o setor perdeu R$ 496 bilhões desde o início da pandemia, o que representa cerca de 10 meses de faturamento. “No momento em que a pandemia dá uma trégua, nos deparamos com essa inflação de custo que afugenta o consumidor e torna mais penosa a recuperação do setor de turismo em 2022”, disse.

    Bentes considerou que mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo comércio e indústria, “nenhum setor perdeu tanto com a pandemia quanto o do turismo”.

    O economista citou uma menor concorrência entre companhias aéreas e o aumento dos custos da aviação, como o preço dos combustíveis, para explicar as passagens mais caras, e considerou que “em algum momento a demanda vai reagir e os preços vão parar de subir, mas isso ainda vai demorar um pouco”.

    Ele relembrou que o preço do querosene de aviação subiu 80% nos últimos meses, e disse que “isso cria um problema para as companhias aéreas na hora de montar os preços das passagens”.

    “Sempre que o preço do querosene de aviação sobe cerca de 10%, o preço da passagem aérea sobe em média 2,1%. Quando falamos de um aumento de 80%, vai chegar um reajusta para o consumidor de aproximadamente 20% a 30% ao longo dos meses”, explicou.

    Para que os custos com as viagens voltem à normalidade, Bentes avaliou que é preciso que “a cotação do petróleo se estabilize, ainda que em um patamar um pouco elevado, e que esse movimento de alta dos juros que o Banco Central tem feito para conter a disparada dos preços comece definitivamente a surtir efeito”.

    “A gente está sujeito à lei de oferta e demanda, os preços praticados no mercado de transporte aéreo são preços livres, e com isso essa lei de oferta e damnda muitas vezes tira o preço do lugar”, disse.

    O economista ainda lembrou que muitas vezes as passagens aéreas são consumidas com pagamento a prazo, e que “com juros mais altos fica ainda mais difícil demandar e comprar as passagens. Sendo assim, a demanda começa a segurar um pouco essa alta dos preços, mas isso ainda vai demorar”.

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