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    Aumento das expectativas de longo prazo eleva custo da desinflação, diz Copom

    Na ata da reunião que manteve Selic em 13,75%, Comitê alerta sobre “preocupação” com deterioração das projeções do IPCA, que podem atrasar queda da Selic

    Elis Barretoda CNN , Brasília

    O Comitê de Política Monetária (Copom) alerta para um “aumento das expectativas de longo prazo” da inflação, que pode prolongar o aperto monetário gerado por uma alta taxa Selic. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (07), na ata da reunião da semana passada, quando a autoridade decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

    “Além do impacto direto que a elevação das expectativas tem sobre as projeções de inflação, o aumento das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinflação ao exigir maior participação de outros canais da política monetária.”, destaca o documento.

    Ainda na ata, o Copom informou que as expectativas de inflação para 2023 é de 5,6%, acima da meta de 3,25% prevista pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2024, a projeção do Copom é que o IPCA seja de 3,4%.

    Na decisão, o Copom afirmou que “segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação”.

    Durante as análises dos cenários no Brasil e no mundo, o Copom destacou a preocupação com a deterioração das projeções.

    Segundo o documento “tal deterioração pode ter ocorrido por diversas razões, destacando-se, dentre esses fatores, uma possível percepção de leniência do Banco Central com as metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional, uma política fiscal expansionista, que pressione a demanda agregada ao longo do horizonte de projeções, ou a possibilidade de alteração das metas de inflação ora definidas”.

    Arcabouço fiscal

    O Comitê ressalta ainda que uma revisão do arcabouço fiscal pode reduzir a visibilidade sobre as contas públicas, o que poderia impactar nas expectativas de inflação.

    “A revisão do arcabouço fiscal diminui a visibilidade sobre as contas públicas para os próximos anos e introduz prêmios nos preços de ativos e impacta as expectativas de inflação. Em segundo lugar, no que tange aos estímulos fiscais, o Copom seguirá acompanhando seus impactos sobre atividade e inflação e reforça que, em ambiente de hiato do produto reduzido, os impactos sobre a inflação tendem a se sobrepor aos impactos almejados sobre a atividade”, diz na ata.

     

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