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    Ativos de renda fixa podem se beneficiar com a reforma tributária, diz Itaú BBA

    Segundo um relatório do banco, a classe foi uma das menos afetadas com a reforma. Entenda:

    Tamires Vitorio, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A proposta da reforma tributária tem balançado o mercado financeiro. Em especial em relação aos fundos imobiliários cujos rendimentos, segundo o projeto, deixarão de ser isentos de Imposto de Renda. Por outro lado, a renda fixa poderá ser beneficiada.

    Segundo um relatório do Itaú BBA, a classe foi uma das menos afetadas com a reforma. “De forma geral, uma boa notícia é que instrumentos como LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas (com isenção estabelecida em lei) seguem de fora da cobrança de Imposto de Renda”, afirma o banco. 

    Já títulos públicos, instrumentos de crédito privado e de captação bancária, além de fundos de renda fixa, deixariam de ter uma cobrança escalonada de 15% a 22,5%, dependendo da duração do investimento, passando a vigorar apenas a menor alíquota, de 15%, para todas as categorias e prazos.

    “De acordo com a apresentação do governo federal, a adoção da alíquota única visa eliminar o benefício concedido pela tabela regressiva às ‘pessoas mais ricas, que podem deixar o dinheiro parado por muito tempo'”, explica o Itaú. 

    É exatamente pela alíquota única de 15% que o Itaú entende que os efeitos podem ser positivos, se o projeto for aprovado do jeito que está. Atualmente, até 180 dias, a alíquota fixa é de 22,5%.

    “Embora nos pareça ainda cedo para tirar conclusões, na hipótese de a proposta de Reforma Tributária apresentada pelo governo ser aprovada sem alterações, o efeito prático no mercado pode ser um aumento do interesse por instrumentos tributados mais curtos ou por estratégias de carrego (de instrumentos tributados) de menor duração (inferiores a dois anos)”, diz. 

    Fundos imobiliários

    Em relação aos fundos imobiliários, o Itaú afirma que os investimentos em FIIs seguem atrativos mesmo que os dividendos passem a ser tributados.

    “Os preços atuais, as cotas dos FIIs são negociadas a preços significativamente inferiores ao valor patrimonial”, explica o banco. “Na média, esse desconto está em 7%, sendo os segmentos de escritórios e shoppings os mais descolados no momento. Em relação à rentabilidade dos dividendos, a mediana do dividend yield dos FIIs que compõem o índice IFIX está em 8,4% ao ano, o que equivale a um prêmio de 4,27 pp em relação ao Tesouro IPCA+ de 2035. A título de comparação, a média histórica é de um prêmio de 3 pp”, diz o relatório. 

    A preocupação se dá porque está previsto no texto da reforma tributária o fim da isenção de Imposto de Renda em cima da distribuição dos rendimentos desse investimento. 

    Mesmo assim, o banco prevê uma queda temporária e de curto prazo caso dos ativos, como aconteceu na última sexta-feira, a reforma seja aprovada sem alterações nesse ponto — que deve ser recuperada a longo prazo.