Ata do Fed deve indicar nesta quarta tamanho das próximas altas de juros nos EUA
Documento pode ajudar a esclarecer o que levaria as autoridades do Fed a adotar um terceiro aumento de 0,75 ponto percentual em sua reunião de 20 e 21 de setembro
As autoridades do Federal Reserve estão convencidos de que continuarão aumentando a taxa de juros até que a inflação nos Estados Unidos esteja sob controle, e a divulgação nesta quarta-feira (17) da ata da reunião de 26 e 27 de julho pode esclarecer a agressividade que elas adotarão.
A ata, que será publicada às 15h (horário de Brasília), pode ajudar a esclarecer o que levaria as autoridades do Fed a adotar um terceiro aumento de 0,75 ponto percentual em sua reunião de 20 e 21 de setembro, e o que poderia levá-los a limitar os próximos aumentos a 0,5 ponto.
Dados desde a última reunião do Fed mostraram que a inflação anual ao consumidor diminuiu em julho para 8,5%, de 9,1% no mês anterior, um fato que levou a maioria dos investidores a esperar um aumento de 0,5 ponto nos juros no próximo mês.
Mas o crescimento do emprego e dos salários em julho superou as expectativas, e um recente rali no mercado acionário e outros indicadores financeiros mostraram uma economia que ainda pode ser “quente demais” para o conforto do banco central.
O chair do Fed, Jerome Powell, falando a repórteres após a divulgação do comunicado de política monetária no final de julho, deixou em aberto a possibilidade de outro grande aumento dos juros ou um aumento um pouco menor, e analistas estarão procurando na ata dicas sobre o que poderia levar o banco central em uma ou outra direção
“O momento da desaceleração nos aumentos dos juros ou as condições que permitiriam a desaceleração não foram especificadas por Powell. Isso abre a porta para uma discussão mais ampla na ata”, escreveram analistas do Citi.
As atas de cada encontro de política monetária do Fed são divulgadas três semanas após a decisão e muitas vezes podem parecer datadas.
Mas durante grande parte deste ano as autoridades do Fed vêm remodelando a política monetária em um ritmo excepcionalmente rápido para combater o pior surto de inflação desde o início dos anos 1980, e as atas têm refletido esse crescente senso de urgência.