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    Associação de cegos critica nota de R$ 200 por tamanho igual à de R$ 20

    Mesmas dimensões dificultam a identificação das cédulas por pessoas com deficiência visual

    Carolina Figueiredo*, da CNN

    A Organização Nacional de Cegos do Brasil criticou, nesta quinta-feira (3), a falta de acessibilidade da nova cédula lançada pelo Banco Central do Brasil, de R$ 200.

    Segundo a entidade, o fato de a nova moeda ter o mesmo tamanho que a nota de R$ 20 e possuir “apenas uma marcação quase imperceptível” dificulta a identificação do dinheiro por pessoas com deficiência visual.   

    Lançada pelo Banco Central na quarta (2), a nota já entrou em circulação e integra a segunda família de cédulas do real.

    De acordo com o BC, serão produzidas 450 milhões de unidades em 2020. As notas de R$ 2, R$ 5, R$ 10, R$ 20, R$ 50 e R$ 100 têm tamanhos distintos, o que facilitava a distinção para pessoas cegas. 

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    A diferenciação no tamanho das cédulas é considerada uma conquista de organizações ligadas ao tema da deficiência visual, uma vez que contribui para que as notas possam ser identificadas com maior autonomia através do tato. 

    A organização pede que providências sejam tomadas por parte das autoridades constituídas e solicita que o Banco Central explique a “razão de tal retrocesso, que impacta o cotidiano de parte dos sete milhões de brasileiros cegos e com baixa visão”. 

    Além disso, a entidade pede que sejam adotadas medidas pertinentes para garantir a acessibilidade na cédula de R$ 200, que canais permanentes de diálogo e construção coletiva do Banco Central com o segmento de pessoas com deficiência sejam abertos e que a diversidade humana seja considerada.

    ‘Não houve tempo para adequar parque fabril’

    Procurado pela CNN, o Banco Central afirmou que foi um desafio colocar em circulação um alto volume financeiro em curto espaço de tempo e que, para produzir a nova cédula em formato maior, com a adequada combinação de elementos de segurança, seria necessária adaptação do parque fabril, o que não era viável no tempo disponível. 

    Segundo o BC, como a nova cédula tem um formato já existente, sua adaptação aos caixas eletrônicos e demais equipamentos automáticos será mais rápida.

    Durante a coletiva de lançamento da cédula de R$ 200, a diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, garantiu que os elementos de acessibilidade colocado nas cédulas, como a marca tátil, permitem aos deficientes visuais identificarem a nota.

    Barros afirma que, na nota de R$ 200 foram colocadas três barras inclinadas, enquanto nas outras notas existem outras barras, em menor quantidade ou em outro sentido, como na nota de R$ 2, que tem uma barra inclinada, e a de R$ 20, com duas barras inclinadas.

    (*Sob supervisão de Evelyne Lorenzetti)

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