Argentina sela acordo de US$ 45 bilhões com FMI; texto vai ao Congresso
FMI disse em comunicado que os dois lados chegaram a um consenso entre autoridades de alto escalão sobre um mecanismo de financiamento estendido
A Argentina fechou um acordo de dívida de US$ 45 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disseram o governo do país e o FMI nesta quinta-feira (3), após negociações para aparar arestas finais do acordo.
“Após intensas negociações, o governo nacional conseguiu selar um acordo com o FMI”, disse o Ministério da Economia argentino em comunicado, acrescentando que o acerto será enviado ao Congresso nesta quinta-feira e buscará refinanciar cerca de US$ 45 bilhões.
O FMI disse em comunicado que os dois lados chegaram a um consenso entre autoridades de alto escalão sobre um mecanismo de financiamento estendido.
O Congresso da Argentina ainda precisa aprovar o acordo, que vem após mais de um ano de negociações que pesaram sobre os preços dos títulos e limitaram o acesso do país ao crédito.
O acordo do FMI, que vai rolar uma linha de crédito fracassada de US$ 57 bilhões de 2018, é fundamental para o país produtor de grãos estabilizar sua economia atingida pela crise em meio à inflação desenfreada e à diminuição das reservas em moeda estrangeira.
A porta-voz presidencial Gabriela Cerruti disse que o tópico mais difícil do acordo foi sobre como aumentar os preços da energia, mantidos baixos por subsídios de cerca de U$ 11 bilhões no ano passado.
“A questão tarifária foi uma das mais discutidas e intensamente negociadas”, disse ela em entrevista coletiva nesta quinta-feira.
“Mas foi alcançado um entendimento e um caminho que atende aos mais vulneráveis e avança na construção de tarifas razoáveis que nos permitem focalizar gastos para gerar emprego e impulsionar a economia.”
A aprovação rápida no Congresso é fundamental, pois a Argentina corre para finalizar o acordo antes de prazos finais para pagamento neste mês, quando enfrenta um vencimento de cerca de US$ 2,8 bilhões em compromissos.
O presidente argentino, Alberto Fernández, disse ao Congresso na quarta-feira que, se o acordo fosse aprovado, o país começaria a fazer pagamentos ao FMI em 2026 e os concluiria até 2034.
Em janeiro, o governo da Argentina anunciou que havia chegado a um entendimento de princípio com o FMI para substituir o empréstimo falido de 2018. A chefe do FMI, Kristalina Georgieva, disse na época que ainda havia muito trabalho a ser feito.