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    Argentina lança novo “dólar soja” e espera arrecadar US$ 3 bi até final do ano

    Objetivo é reforçar reservas internacionais e evitar saída de divisas, de forma a cumprir as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI)

    Tamara Nassifdo CNN Brasil Business em São Paulo

    O governo da Argentina colocou em circulação, na última segunda-feira (28), o novo “dólar soja“, visando incentivar exportações do complexo agroindustrial do país.

    Com cotação de 230 pesos por dólar, a ideia é atrair US$ 3 bilhões até o dia 31 de dezembro — data em que a variação da moeda norte-americana deixa de vigorar.

    O objetivo é reforçar as reservas internacionais e evitar a saída de divisas, para cumprir as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O órgão prevê que a Argentina feche o ano com reservas líquidas acima de US$ 5,6 bilhões — no momento, o país sul-americano tem cerca de US$ 4 bilhões, segundo o jornal local Clarín.

    Esta é a terceira versão do dólar soja em 2022. A primeira tentativa, organizada em julho pela então ministra da economia Silvana Batakis, estabeleceu a cotação de 160 pesos por dólar, enquanto a segunda, posta em vigor em setembro pelo atual ministro Sérgio Massa, ficou em 200 pesos por dólar.

    A variação da moeda é mais atrativa para exportadores em relação ao dólar atacadista oficial, em torno de 166 pesos por dólar na atual cotação.

    “Enxergamos essa nova condição como uma melhora que, mesmo que temporária, terá impacto direto no preço da soja no mercado interno”, disse Gustavo Idígoras, presidente da Câmara da Indústria do Petróleo e do Centro dos Exportadores de Grãos (Ciara-CEC) à imprensa do país.

    “A decisão de vender a soja está sempre nas mãos do produtor, e será ele quem decidirá quando vender, entendendo que desta vez o câmbio só vai durar até o fim de dezembro”.

    Algumas entidades ruralistas, porém, acreditam que a medida não favorece o setor.

    “Não nos enganemos, o governo não faz isso para favorecer o campo, mas porque é a única forma que tem de arrecadar dólares”, disse Jorge Chemes, presidente das Confederações Rurais Argentinas (CRA), uma das quatro entidades da Mesa de Enlace, grupo formado em 2008 para representar diferentes frações do agro argentino.

    As entidades, em conjunto, alertam que, “por ser uma medida para um mês, gera lacunas que não ajudam, complicam e dificultam ainda mais a dinâmica comercial”.

    Nicolás Pino, titular da Sociedade Rural, disse: “O governo continua a tomar medidas em benefício próprio e não está de acordo com o que nós produtores queremos, que é um câmbio único e receber o preço internacional do produto.”

    O dólar soja é uma entre 15 variações da moeda norte-americana vigentes na Argentina. Confira abaixo mais informações sobre as outras cotações:

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