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    Appy: reforma tributária mantém essência da proposta original, mas com exceções

    O secretário da reforma afirmou que o ideal seria ter menos exceções, mas elas foram o custo político da aprovação

    Segundo Appy, a reforma elimina a cumulatividade, resolve distorções e reduz em 80% a complexidade do sistema atual.
    Segundo Appy, a reforma elimina a cumulatividade, resolve distorções e reduz em 80% a complexidade do sistema atual. Washington Costa/MF

    Agência Estado

    Eduardo Laguna, do Estadão Conteúdo

    O secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, avaliou nesta segunda (20) que a essência da proposta, de sua autoria, de mudanças da tributação no consumo foi preservada, apesar das exceções incluídas para que a reforma fosse aprovada no Legislativo.

    “O ideal seria ter menos exceções, mas as exceções foram o custo político da aprovação”, comentou Appy durante live da Fundação Getulio Vargas (FGV).

    O secretário da reforma no ministério da Fazenda destacou que, a despeito das mudanças promovidas durante a negociação no Congresso, a reforma preserva a criação do imposto sobre valor agregado, o IVA, de base ampla, sob uma legislação única.

    Segundo Appy, a reforma elimina a cumulatividade – ou seja, o acúmulo de créditos tributários não compensados -, resolve distorções e reduz em 80% a complexidade do sistema atual.

    Appy avaliou que a emenda constitucional aprovada em dezembro passado é mais ousada do que todas as outras tentativas de reforma sobre consumo no passado. Isso foi possível, comentou, pela percepção na sociedade de que o sistema atual é custoso e dificulta o crescimento.

    Além disso, acrescentou, houve um interesse comum de Executivo e Legislativo em aprovar a reforma. Para completar, concluiu, a construção técnica da reforma procurou contornar obstáculos que dificultariam a aprovação, como a transição longa ao novo sistema.

    Sem desoneração da cesta básica, cashback poderia alcançar todos

    Appy disse hoje que o cashback, o sistema de devolução de impostos, poderia ser estendido a toda a população não fosse a desoneração da cesta básica.

    “Nós, do ministério da Fazenda, sempre preferimos o cashback à desoneração da cesta básica, porque é mais eficiente.

    Não fosse a desoneração da cesta talvez fosse possível um cashback mais amplo, pegando, claro com limites, toda a população brasileira, não apenas os mais pobres”, afirmou o secretário da reforma em live da Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Apesar da aprovação no Congresso da desoneração, Appy voltou a dizer que a proposta de regulamentação enviada ao Legislativo representa uma redução dos impostos pagos hoje pelos alimentos.

    O projeto prevê isenção a uma cesta básica de 15 produtos, bem como uma lista de produtos essenciais com redução de 60% das alíquotas, o que a equipe econômica chama de cesta estendida.

    Conforme Appy, os produtos da cesta que terão alíquotas zero do imposto sobre valor agregado, o IVA, recolhem hoje 8%, ao passo que nos itens da cesta básica estendida a redução de carga é de 15% para 10,5%.

    Como um todo, a alíquota dos impostos dos alimentos cai, na média, três pontos porcentuais. “Nossa preferência era por um modelo com menos cesta básica e mais cashback, mas respeitamos as decisões do Congresso”, declarou Appy.