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    Aposta da Economia para pressionar Petrobras, Cade prevê parecer só no 2º semestre

    Integrantes do governo Jair Bolsonaro (PL) veem brecha para uma mudança na política de preços da Petrobras

    Renata AgostiniThais Arbexda CNN

    Aposta do Ministério da Economia para aumentar a pressão sobre a gestão da Petrobras e, consequentemente, encontrar uma saída para reduzir os preços da gasolina e do diesel antes das eleições, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) prevê concluir no segundo semestre a investigação sobre suposto abuso da estatal no mercado de combustíveis. As informações são de membros do conselho que falaram com a CNN em caráter reservado.

    É com base neste parecer do Cade que integrantes do governo Jair Bolsonaro (PL) veem brecha para uma mudança na política de preços da Petrobras. A avaliação dentro do Ministério da Economia, por exemplo, é a de que, mesmo que o órgão não tenha prerrogativa para uma atuação incisiva, sua manifestação já seria suficiente para que a estatal mude a forma de calcular o preço dos combustíveis.

    Segundo integrantes do órgão antitruste, ainda há uma série de passos a serem cumpridos antes de uma conclusão. A avaliação é que, em cerca de 60 dias, o caso esteja, enfim, avançado.

    O processo no Cade foi aberto em janeiro e ainda tem um percurso a ser percorrido. Mas membros do Cade a par da investigação afirmam que devem sair em breve novos lances da apuração, indicando um aprofundamento dos trabalhos, como decisões de oficiar o mercado e divulgação de pareceres. São ações que indicarão que o Cade vê elementos para seguir em frente e que está em cima do caso, explica um integrante do conselho.

    O Cade não tem o poder e de tabelar preços ou delimitar o lucro da Petrobras. Mas, como tem de defender a concorrência e o consumidor, está olhando se houve abuso de posição dominante por parte da companhia.

    Por isso, a cúpula do Cade, de acordo com os integrantes ouvidos pela CNN, entende que, se a investigação apontar para infrações por parte da Petrobras, a estatal pode usar o caso para ajustar sua política de preços lá na frente.

    A empresa é virtualmente monopolista no setor de refino, com mais de 70% do mercado. A ideia é ver se os aumentos foram abusivos, subtraindo indevidamente renda do consumidor. Caso a conclusão seja de que a empresa abusou, a petroleira receberá uma multa e terá ainda de lidar com a exposição pública do problema.

    Os mesmos integrantes do Cade veem como mais remota as chances de que a autarquia dê, desde já, uma liminar sobre o caso. Mas entendem que novas ações vão deixar claro que o conselho está em cima do tema e preocupado em garantir o bom funcionamento do mercado.

    A investigação do Cade é tida como uma carta na manga do governo há alguns meses. Em março, a CNN mostrou que a cúpula do Ministério da Economia via na atuação da autarquia uma saída para que o então presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, revisasse a gestão dos preços.

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