Após gerar 430 mil novas vagas, construção civil deve crescer 4,5% em 2023, diz estudo
Projeção é que o setor termine este ano com uma alta de 3% na comparação com 2021
O setor da construção civil registrou mais de 430 mil novas vagas com carteira assinada entre março de 2020 a maio de 2022, de acordo com pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A partir destes dados, a Prospecta Analytica, companhia de solução em Big Data, realizou um levantamento que mostrou a expansão do setor neste ano e para o ano seguinte.
Segundo Wanderson Leite, CEO da Prospecta Analytica, a previsão para 2023 é de um crescimento de 4,5%, caso a economia permaneça sem grandes perdas ou crises.
“O que vai impulsionar essa alta será a estabilidade do preço dos materiais de construção e uma melhora na economia do país, gerando uma confiança no consumidor e impactando na venda de imóveis e em novos financiamentos”, afirma.
Construções de residências e reformas de casa também são destaques para o próximo ano. “Há um aumento de novos projetos elaborados para obras de planta baixa. Ou seja, essas construções serão realizadas nos próximos meses e irão continuar ao longo de 2023”, diz.
Cenário de 2022
Os dados mostraram que, pelo segundo ano consecutivo, o crescimento do setor está acima da economia nacional.
A quantidade de novas obras e projetos registraram um crescimento de 3% no primeiro semestre deste ano, comparando com o mesmo período de 2021. Neste mesmo tempo, foram criadas 155.507 mil vagas, um incremento de 6,74%. O mês de julho deste ano gerou 32 mil novos empregos na construção civil.
Os resultados de geração de emprego do setor nos primeiros semestres de 2021 e 2022 são os melhores para o período desde 2012.
São Paulo foi o estado que mais gerou trabalhos neste ano. Só em fevereiro de 2022 foram 12.540. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar com 3.601 novos empregos no mesmo mês.
A construção de edifícios foi responsável por 49,78% dos novos empregos no setor.
Para Leite, esta análise permitiu entender o que está acontecendo no mercado. “Durante a pandemia, houve um número expressivo de reformas em casa, pois com o trabalho em home office, as pessoas se viram obrigadas a melhorar tanto o espaço para escritório quanto para o lazer. Isso deu um fôlego para o comércio de construção”, disse.
Ele explicou que o atraso no crescimento se deu pela falta de materiais de construção e aumento nos preços da matéria-prima, ocasionando uma pausa na indústria e diminuição de efetivo. “Isso aconteceu principalmente na indústria de materiais de cobre e de porcelana, como louças sanitárias e revestimentos”, pontua.
No início de 2022, o preço começou a se estabilizar, momento em que a construção voltou a crescer. Isso refletiu também na estabilização do valor do metro quadrado construído, que está em média R$ 1.661,85.
Esse cenário, segundo Leite, projeta que o setor termine este ano com uma alta de 3%, comparando com 2021.
“A indústria da construção deve terminar o ano empregando 3 milhões de pessoas, direta e indiretamente”, afirma.