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    Após crise no Mar Vermelho no início do ano, Maersk espera que crescimento do transporte de contêineres desacelere

    Para o ano inteiro, a empresa dinamarquesa, vista como um termômetro do comércio mundial, espera que os volumes do mercado global de contêineres aumentem de 4% a 6%

    Reuters

    A Maersk espera que o crescimento do transporte marítimo global de contêineres desacelere em relação ao forte início do ano, quando os clientes absorveram as mercadorias para evitar que fossem retidas pelos ataques do Mar Vermelho e outras interrupções, disse na quarta-feira (7).

    A empresa dinamarquesa, vista como um termômetro do comércio mundial, disse que a demanda global por contêineres aumentou cerca de 7% em relação ao ano anterior no primeiro semestre do ano, impulsionada pela forte demanda da Europa, dos mercados emergentes e das fortes exportações chinesas.

    “Isso é muito e esperamos que a segunda metade do ano seja menos forte”, disse o presidente-executivo da empresa, Vincent Clerc, em uma coletiva de imprensa.

    Para o ano inteiro, a Maersk espera que os volumes do mercado global de contêineres aumentem de 4% a 6%.

    A rival CMA CGM disse, no mês passado, que viu o reabastecimento por parte das empresas norte-americanas continuar no segundo trimestre, em parte devido a preocupações com a tensão geopolítica com a China e com a possibilidade de novas tarifas atrapalharem o comércio.

    “Os Estados Unidos e a China entraram em uma relação mais competitiva e esse é o caso, independentemente de quem vencer a eleição (presidencial dos EUA neste ano)”, disse Clerc, após apresentar o balanço da companhia no período entre abril e junho.

    “Poderemos observar uma certa retração da demanda, principalmente na América do Norte, com a eleição dos EUA em novembro e a incerteza sobre as futuras tarifas de importação”, disse ele em uma teleconferência com investidores nesta quarta-feira.

    Mas a Maersk não observou uma acumulação de estoques excepcionalmente alta nos EUA, acrescentou ele, alertando que ainda havia pouca clareza sobre a oferta e a demanda no quarto trimestre.

    “Não sei quantas decorações de Natal, etc, já estão em estoque na Europa e nos EUA… porque eles estavam com medo de que isso fosse adiado durante o terceiro trimestre, e é por isso que sinalizamos algum tipo de incerteza”, disse Clerc.

    A Maersk está em processo de assinatura de pedidos de 50 a 60 novos navios porta-contêineres para entrega de 2026 a 2030 como parte da renovação de sua frota, substituindo navios mais antigos para manter sua capacidade geral de transporte estável, disse.

    O plano de renovação acelerada da frota aumentará as despesas de capital da Maersk para o período entre 2024 e 2025 em US$ 1 bilhão, para entre US$ 10 bilhões e US$ 11 bilhões, em comparação com a previsão anterior de entre US$ 9 bilhões e US$ 10 bilhões, disse.

    As ações da companhia chegaram a cair 4,5% nesta quarta, antes de reduzir as perdas para 1,93% por volta de 10h50 (horário de Brasília), levando seu declínio acumulado no ano para mais de 10%. Os analistas citaram a previsão de gastos de capital mais elevados como um dos fatores negativos.

    A Maersk também confirmou os lucros preliminares do segundo trimestre divulgados na semana passada, quando aumentou sua previsão de lucros pela terceira vez desde maio, citando taxas de frete mais altas devido à crise do Mar Vermelho e à sólida demanda por transporte de contêineres.

    Os ataques de militantes houthis contra o transporte marítimo do Mar Vermelho provocaram ataques de retaliação de militares dos EUA e do Reino Unido e interromperam o comércio global, mas a Maersk e suas rivais se beneficiaram de tempos de navegação mais longos e do aumento das taxas de frete, uma vez que os navios foram redirecionados para rotas que passam pela África.

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