Antonov nega ter representantes no Brasil; governo de São Paulo diz ter se reunido com eles
Advogado diz possuir procuração e contrato de honorários assinado com a empresa, mas diz não querer revelar o teor dos documentos por razões de segredos comerciais.
Após o WW ter noticiado, na última segunda-feira (24), que pessoas identificadas como representantes da estatal de aviação Antonov mantiveram reunião com o governo de São Paulo para tratar da possível fabricação de aeronaves no Brasil, a empresa negou ter pessoas autorizadas a falar em seu nome no país.
Nesta quarta (26), em nota oficial, o governo paulista confirmou o encontro e o teor da conversa, tal como reportado pela CNN.
Na segunda, foi noticiado que o projeto não teria avançado devido a declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a invasão russa à Ucrânia.
A Antonov, em uma nota divulgada em seu perfil no Facebook, afirmou que não tem representantes no Brasil ou pessoas autorizadas a falar em seu nome. Portanto, nega a suspensão de eventuais negociações.
A pessoa que se identificou para a reportagem como representante da Antonov foi o advogado Eduardo Kuntz, de São Paulo.
Ele reitera, em declarações à CNN, possuir procuração e contrato de honorários assinado com a Antonov. Porém, diz não querer revelar o teor dos documentos por razões de segredos comerciais.
O que até agora foi exibido são áudios de conversas telefônicas, às quais a reportagem teve acesso, dando conta de instruções vindas da Ucrânia, por dirigente da fábrica no país do Leste Europeu, sobre a condução do projeto com o governo paulista.
Não foi possível estabelecer a veracidade dos áudios fornecidos à CNN de conversas telefônicas privadas.
Enquanto os documentos não aparecerem, fica uma pergunta no ar: quem está mentindo? Quem se diz representante e em nome da fábrica procurou o governo paulista? Ou a fábrica que diz não ter representante?
A reunião houve, e o assunto tratado existiu.
