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    EUA estuda sanções contra o Ant Group; empresa do Alibaba não parece preocupada

    Segundo informações da Bloomberg News, a administração Trump estava considerando sanções contra a subsidiária da Alibaba, assim como a Tencent e o WeChat Pay

    Sherisse Pham, , do CNN Business

    Washington pode expandir sua guerra contra empresas de tecnologia da China colocando o Ant Group, jóia da coroa do bilionário Jack Ma, na sua mira. Mas, aparentemente, não há muito que o governo americano possa fazer realisticamente para atrapalhar a fintech. Isso, porque, diferente de outras big techs chinesas, a Ant tem poucos negócios nos EUA.

    Segundo informações da Bloomberg News, a administração Trump estava considerando sanções contra a subsidiária da Alibaba, assim como a Tencent e o WeChat Pay. A reportagem cita, a partir de fontes próximas ao assunto, que o governo americano teme que plataformas de pagamento digital podem ameaçar a segurança nacional americana.

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    É fato que o WeChat já está sofrendo escrutínio dos EUA, mas sanções contra o Ant Group e seu app de pagamentos, o Alipay, seria uma escalada na guerra tecnológica sino-americana. Alipay e WeChat Pay são utilizados diariamente para centenas de milhões de comerciantes e consumidores. Os produtos de gestão da patrimônio da marca também possuem milhões de clientes.

    Autoridades americanas estão preocupadas porque a Ant representa “novos modelos finanças que eles não podem controlar”, diz Cameron Johnson, professor adjunto da Universidade de Nova York em Shanghai e sócio da consultoria Tidal Wave Solutions.

    Mas não está claro o quão próximo o governo americano está de agir nesta questão. Em comunicado, a Ant afirmou que não que não foi informada sobre discussões do gênero na Casa Branca, enquanto a Tencent se recusou a comentar o assunto. A equipe de Trump não respondeu à reportagem. 

    O governo americano não está escondendo sua pressão sobre empresas chinesas. Além do WeChat, Trump havia ameaçado banir o TikTok em agosto a não ser que a ByteDance, dona do app, vendesse sua operação americana. A telecom Huawei, que já é alvo a mais tempo, sofre com as sanções americanas.

    E, mesmo que Trump já tenha falado bem do Alibaba e de Jack Ma — ele chamou o empresário de “meu amigo” ainda este ano — isso não garante que os negócios do bilionário estejam seguros de medidas protetivas. 

    O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, citou o nome da Alibaba em agosto quando pediu para companhias americanas removerem tecnologias chinesas de suas interfaces digitais.

    Os Estados Unidos são parte pequenas dos negócios do Ant Group 

    A reportagem da Bloomberg sugeria que o governo americano poderia emitir ordens executivas para coibir o Alipay, braço de pagamentos online da Ant, de operar nos Estados Unidos, uma manobra semelhante à realizada contra o TikTok e o WeChat. Mas ao contrário das outras empresas, a Ant não tem milhões de usuários americanos para perder.

    Sua presença nos EUA é pequena, afirma Johnson. Ele adiciona que a justificativa que Washington poderia utilizar — que precisa proteger dados americanos — “é inválida, porque a Ant basicamente não tem presença” nos Estados Unidos. 

    “O nosso negócio é primordialmente na China e estamos empolgados com a possibilidade de crescimento do mercado chinês”, disse a empresa em comunicado. Menos de 5% das receitas da Ant vêm de fora da China, de acordo com o prospecto da empresa. Dessa porcentagem, a parte que diz respeito aos EUA é “minúscula”, afirma fonte.  

    Além disso, diferentemente de bancos e instituições financeiras chinesas, a Ant não usa o SWIFT, serviço de mensagens que movimenta dinheiro no sistema bancário global. Quando pessoas, empresas ou países são sancionados pelos EUA, costumam também ser cortados de serviços financeiros essenciais, já que bancos dependem do SWIFT para liberar transações com dólar.

    Mas grande parte dos pagamentos do Alipay são realizados em yuan, afirma Johnson. Eles “não possuem ligação com os EUA e não utilizam o SWIFT”, diz. Pelo contrário, banir o sistema prejudicaria empresas americanas que utilizam o sistema na China. Quando Trump ameaçou banir o WeChat, empresários reagiram de forma semelhante.

    Se empresas americanas forem impedidas de utilizar plataformas de pagamento dominantes na China, isso “destruiria negócios americanos. Estamos falando de bilhões, se não trilhões de yuans em receitas”, explica Johnson. E é justamente por isso que ele que não tem certeza se os EUA tomariam tal decisão.

    Mirando o IPO do Ant Group

    O senador republicano Marco Rubio, antigo antagonista da China, sugeriu outra possível linha de ação para o governo americano: bloquear o antecipadíssimo IPO da Ant. Ele disse à Reuters que o governo deveria “explorar opções para atrasar a oferta pública inicial da fintech”.

    “É ultrajante que Wall Street esteja premiando a destruição da liberdade de Hong Kong pelo Partido Comunista Chinês orquestrando o IPO do Ant Group nas bolsas de Hong Kong e Shanghai”, disse em comunicado. Citigroup, JPMorgan, Morgan Stanley e China International Capital Corp estão comandando a abertura de capital na Ilha.

    Não se sabe como o governo americano poderia atrasar o IPO da companhia, já que ocorre fora do território americano. E analistas afirmam que, mesmo que o governo bloqueie o download do app nos EUA, isso não deve afetar a empolgação com a abertura de capital da companhia.

    “Não consigo ver isso tendo um grande impacto. Nem no sentimento dos investidores, nem no valuation, nem na captação”, diz Zennon Kapron, fundador da consultoria de finanças e tecnologia Kapronasia.

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