Americanos estão mais pessimistas com os rumos do mercado de trabalho
Inflação alta e incerteza econômica seguem pesando sobre o humor dos consumidores
A confiança do consumidor dos Estados Unidos piorou em abril, com os americanos ficando mais pessimistas em relação ao mercado de trabalho.
O Índice de Confiança do Consumidor divulgado pelo Conference Board, que mede o comportamento em relação à economia e ao mercado de trabalho, caiu para 101,3 em abril, ante 104 em março, o nível mais baixo desde julho de 2022.
O levantamento do Conference Board mostra que as expectativas econômicas caíram em abril e tem ficado abaixo do limite “associado a uma recessão no próximo ano” para todos os meses desde fevereiro de 2022, com exceção de um pequeno aumento em dezembro.
As percepções do consumidor se mantiveram estáveis desde a turbulência no setor bancário no mês passado, mas a alta inflação e a incerteza econômica continuaram a pesar sobre o grupo.
“Os consumidores ficaram mais pessimistas sobre as perspectivas tanto para as condições de negócios quanto para os mercados de trabalho”, disse Ataman Ozyildirim, diretor sênior de economia do The Conference Board, em comunicado que acompanha os dados.
“Comparado ao mês passado, menos famílias esperam que as condições de negócios melhorem e mais esperam piora das condições nos próximos seis meses. Eles também esperam que menos empregos estejam disponíveis no curto prazo”.
Isso corresponde aos números do governo que mostram que o mercado de trabalho começou a mostrar algumas fragilidades. Os empregadores criaram 236 mil empregos em março, o menor resultado em dois anos, e as vagas caíram abaixo de 10 milhões pela primeira vez desde maio de 2021.
Grandes empresas continuaram promovendo demissões, como a 3M, que anunciou na terça-feira (25) que está cortando 6 mil empregos.
A pesquisa de abril mostrou que as preocupações com a economia entrando em recessão persistiram no mês passado. Economistas, incluindo os do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), esperam uma recessão no final do ano, à medida que os aumentos de juros se intensifiquem.
A parcela de consumidores que espera mais empregos disponíveis caiu para 12,5% em abril, ante 15,5% em março, enquanto a fatia que antecipa menos empregos aumentou para 21%, de 20,5% no mesmo período.
“As expectativas sinalizam um consumo mais fraco, mas não um desastre”, escreveu em nota Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics.
Os gastos das famílias subiram a um ritmo mais lento em fevereiro, em comparação com um salto de 2% em janeiro.
A leitura preliminar do sentimento do consumidor da Universidade de Michigan para abril também mostrou que os consumidores foram mais afetados por temores econômicos e alta inflação do que pelas falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank.