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    American Airlines anuncia acordo para compra de 20 jatos supersônicos

    Especialistas questionam a viabilidade técnica e econômica das aeronaves

    Jackie Wattlesdo CNN Business

    A American Airlines está apostando em um futuro em que os jatos supersônicos podem retornar aos céus, transportando passageiros em algumas rotas a velocidades aproximadamente duas vezes mais rápidas que as atuais aeronaves comerciais.

    O quão grande é essa aposta, no entanto, ainda não está claro. A companhia, que disse ter feito um depósito para até 20 jatos supersônicos com a opção de comprar até mais 20, se recusou a compartilhar os termos financeiros do acordo anunciado nesta terça-feira (16).

    Tudo depende, no entanto, se a empresa programada para construir os jatos, Boom Supersonic, pode cumprir suas promessas. Especialistas questionam se os jatos supersônicos irão se concretizar.

    A Boom está desenvolvendo um jato chamado Overture que, segundo a empresa, será capaz de transportar de 65 a 80 passageiros a quase o dobro da velocidade do som.
    Mas o jato ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento.

    A companhia revelou recentemente uma versão “refinada” da aeronave, que disse ter concluído alguns testes em túnel de vento. No entanto, ainda não realizou um voo de teste e os primeiros veículos de produção não devem sair da linha até 2025 de acordo com um comunicado à imprensa.

    O Overture é uma reminiscência do Concorde, o jato ultrarrápido – e extremamente caro – que transportava pessoas pelo Oceano Atlântico por até US$ 10 mil por assento.

    A aeronave foi retirada de serviço em 2003 porque a economia não compensava. O jato era barulhento demais para voar sobre a terra porque suas altas velocidades gerariam estrondos sônicos ensurdecedores, relegando-o a viagens pelo oceano, como sua popular rota de Londres a Nova York.

    Especialistas disseram que jatos como o Concorde provavelmente não retornarão, em parte porque esses jatos precisariam encontrar clientes suficientes dispostos a pagar o preço premium.

    Mas isso não impediu a Boom, a American e a United Airlines – que anunciaram planos de comprar até 15 jatos da Boom no ano passado – de colocar dinheiro e poder de marketing por trás dos planos para reviver as viagens aéreas supersônicas.

    A Boom diz que seus jatos podem entrar em serviço até 2029 e, embora não consigam atingir velocidades máximas em terra, ainda podem viajar até 20% mais rápido que os jatos comerciais atuais, afirma a empresa.

    “Voar de Miami para Londres em pouco menos de cinco horas e Los Angeles para Honolulu em três horas estão entre as muitas possibilidades”, afirma.

    Mas os reguladores estrangeiros e a Administração Federal de Aviação dos EUA, que regula as companhias aéreas comerciais, terão que aprovar os jatos primeiro. E não está claro quando ou se isso vai acontecer.

    Após o fracasso econômico do Concorde, tanto as companhias aéreas quanto os fabricantes de aeronaves passaram a se concentrar em maior eficiência, não em velocidade.

    A Boeing, por exemplo, abandonou seus planos para um jato quase supersônico, o Sonic Cruiser, no início dos anos 2000 e mudou seu foco para o desenvolvimento de um jato jumbo leve e econômico, o 787 Dreamliner.

    O governo dos EUA, no entanto, mostrou interesse em reviver os jatos supersônicos. A FAA afirma em seu site que está atualmente trabalhando para estabelecer novas regras de trânsito para essas aeronaves, incluindo níveis de ruído permitidos em terra.

    E a Nasa investiu dinheiro no desenvolvimento de um jato supersônico “silencioso”, chamado X-59, na esperança de passar essa tecnologia para o setor comercial. Mas mesmo o primeiro protótipo ainda não decolou, com o primeiro teste está previsto para o final deste ano.

    Chris Isidore, da CNN, contribuiu para essa reportagem

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