América Latina tem desemprego e insegurança alimentar piores do que pré-pandemia
À CNN Rádio, o economista Daniel Duque avalia que houve “tempestade perfeita” para situação apontada por pesquisa do Banco Mundial e Pnud
Uma pesquisa do Banco Mundial e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) apontou que a América Latina e o Caribe chegam ao fim de 2021 com menos empregos formais, menor renda e maior insegurança alimentar do que no período pré-pandemia.
Entre os países mais afetados aparecem o Brasil, Colômbia e Equador. Apesar de receber apoio dos governos com incentivos financeiros — a exemplo do Auxílio Emergencial —, cerca de 50% das famílias não retomaram os patamares de renda de antes da Covid-19.
À CNN Rádio, o pesquisador da área de Economia Aplicada do FGV IBRE Daniel Duque disse que os países “fazem parte daqueles que foram extremamente atingidos pela pandemia em termos de saúde.”
“Isso teve impacto sobre a economia. Pelo pânico, pessoas reduziram a carga de trabalho, procura por emprego, escolas fecharam e demoraram muito para reabrir. Em países desenvolvidos houve esforço de abrir o mais cedo possível”, completou.
De acordo com Duque, a questão das escolas no Brasil contribui para o componente da insegurança alimentar: “É uma política importante, pois muitas crianças que são do grupo mais vulnerável dependiam das escolas para refeição. Tudo isso gerou questão que agravou a insegurança alimentar.”
“Somos uma região com informalidade forte, setor de serviços, mais suscetíveis a serem atingidas pelas medidas de contenção, redução de movimentação. Tudo isso faz tempestade perfeita para os países citados no estudo”, avaliou.
Segundo o estudo, as mulheres também são as mais afetadas, com maior índice de desemprego. Cerca de 40% das maiores de 18 anos com filhos entre 0 e 5 anos perderam seus postos de trabalho. A população feminina no geral teve perda de 39%, em comparação a 18% dos homens.
Com produção de Bel Campos