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    Amazon Prime Video inclui canais pagos na plataforma e tenta criar ‘marketplace’

    Modelo é disruptivo, mas a explosão de procura por streaming pode estar se aproximando do limite, segundo especialista

    Manuela Tecchio, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    TV

    Usuário de streaming: Amazon Prime Video agora oferece canais pagos dentro da plataforma
    Foto: Glenn Carstens-Peters/Unsplash

    O Amazon Prime Video lançou um serviço que oferece assinaturas dentro de sua plataforma: o Channels. Os canais ficam disponíveis apenas para assinantes, que já pagam a mensalidade de R$ 9,90. Ao comprar mais canais, o valor cobrado sobe de acordo com os serviços escolhidos —os preços de cada canal variam de R$ 9,50 a R$ 19,90. 

    Entre os conteúdos disponíveis estão títulos da MGM (R$ 14,90), Paramount (19,90) e Starzplay (R$ 14,90). É possível também assinar outro streaming dentro do Prime Video: por R$ 16,90, o usuário acessa mais de 6.000 filmes e novelas da plataforma brasileira Looke. O canal Noggin (R$9,50) reúne conteúdos voltados ao público infantil, produzidos pela Nick Jr.,  da Nickelodeon –com títulos como “Patrulha Canina” e “Dora, a Aventureira”. 

    Segundo especialistas, esse modelo de ‘marketplace’ é disruptivo e ainda sem precedentes na concorrência e, de forma semelhante à TV on Demand (TVOD), o Prime Video deve oferecer um pacote cada vez mais personalizado a seus usuários. Mas a explosão de procura pelo streaming, vista nos meses de pandemia, pode estar se aproximando de um limite.

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    “Essa ideia de vender outros conteúdos dentro de um serviço de streaming não tem muito paralelo na indústria. Eles trouxeram um marketplace para dentro da plataforma”, diz Rafael Pallarés, presidente do comitê de vídeo digital do IAB Brasil e diretor geral para América Latina na Magnite.

    Mas há limite para o crescimento, segundo ele. “O movimento que a gente vê é de uma saturação desse mercado do serviço por assinatura. As pessoas tendem a compor seus portfólios também com produtos gratuitos sustentados por publicidade”, afirma Pallarés, que cita como exemplo a Pluto TV ou o TV Plus da Samsung.

    Um estudo da empresa de tecnologia The Trade Desk constatou que nos Estados Unidos essa transição já está em andamento. Entre os americanos entrevistados, cerca de 60% pretende manter os gastos mensais com streaming abaixo dos US$ 20 —incluindo as plataformas de filmes e séries, exercícios físicos e música. 

    O valor cobre apenas duas ou três plataformas pagas, tanto nos EUA quanto aqui. Vale lembrar que diversos serviços de streaming mantiveram seus preços baixos de forma artificial, para atrair e fidelizar público, e realizaram promoções de estreia —caso da Disney+, que chegou ao país com uma mensalidade de menos de R$ 30. 

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    “No Brasil, a pandemia acelerou o consumo de streaming e difundiu essas plataformas que ainda não eram tão conhecidas pelos usuários. Agora, à medida em que as pessoas percebam que esse custo é significativo, a tendência será de assinaturas mais pontuais”, diz o presidente do comitê de vídeo digital do IAB.

    Quanto à competitividade dos preços da Amazon frente a suas concorrentes, o especialista arrisca dizer que, como a estratégia da companhia abrange várias frentes —de marketplaces e logística, por exemplo— é possível adotar valores mais agressivos para fidelizar usuários.

    Procurada pelo CNN Brasil Business, a Amazon afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “infelizmente não temos um porta-voz para dar mais detalhes especificamente sobre Channels. E, por política interna, o Amazon Prime Video não divulga nenhum tipo de dado numérico sobre o serviço”.

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