Alemanha corre risco de recessão com piora da crise do gás russo, diz indústria local
Alguns países da UE vêm delineando medidas para enfrentar uma crise de abastecimento após a invasão da Ucrânia pela Rússia
A Alemanha corre risco de recessão se o fornecimento de gás russo parar completamente, alertou um órgão da indústria nesta terça-feira (21), enquanto a Suécia se juntou a uma lista crescente de países europeus a lançar planos de emergência para lidar com o aprofundamento da crise de energia.
Os países da União Europeia, desde o Mar Báltico, no norte, até a costa do Adriático, no sul, vêm delineando medidas para enfrentar uma crise de abastecimento após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
A UE dependia da Rússia para até 40% de suas necessidades de gás antes da guerra — 55% para a Alemanha — deixando uma enorme lacuna em um mercado global de gás já apertado.
Alguns Estados reverteram temporariamente os planos de fechar usinas de carvão em resposta.
Os preços globais do gás dispararam, elevando ainda mais a inflação e criando uma dor de cabeça maior para os formuladores de políticas econômicas que tentam tirar a Europa de um precipício econômico.
A associação alemã de indústria BDI reduziu sua previsão de crescimento econômico para 2022 nesta terça-feira para 1,5%, ante 3,5% esperados antes da guerra, e disse que uma interrupção nas entregas russas de gás tornaria a recessão inevitável.
O gás russo ainda está sendo bombeado via Ucrânia, mas a uma taxa reduzida e o gasoduto Nord Stream 1 sob o Báltico, uma rota vital de abastecimento para a Alemanha, está funcionando com apenas 40% da capacidade, o que Moscou diz ocorrer porque as sanções ocidentais estão dificultando os reparos.
A Europa diz que isso é um pretexto para reduzir os fluxos.
A Alemanha, como Dinamarca, Áustria, Holanda, Itália e outros, ativou o primeiro estágio de alerta antecipado de seu plano de três etapas para lidar com a crise de fornecimento de gás.
Como parte dos planos de contingência, o regulador de gás alemão, Bundesnetzagentur, divulgou detalhes de um novo sistema de leilões que começará nas próximas semanas para incentivar os fabricantes — principalmente aqueles que usam gás em processos de alta temperatura — a consumir menos.