Ainda que desejável, manter auxílio emergencial não é possível, diz Guaranys
O benefício custa R$ 50 bi por mês enquanto o bolsa família R$ 30 bi por ano. Ainda que extremamente desejável, não é possível
O secretário executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, reforçou que o governo brasileiro não tem capacidade fiscal para manter o auxílio emergencial de R$ 600 como política social fixa, após a pandemia.
“O auxílio de R$ 600 é muito bom para a população. A população recebia um Bolsa Família de R$ 190, passar a ter três vez mais isso durante esse período é ótimo, mas não é sustentável, não conseguimos manter isso. O auxílio emergencial custa R$ 50 bi por mês enquanto o bolsa família R$ 30 bi por ano. Ainda que extremamente desejável, não é possível”, afirmou.
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Ele participou de debate virtual “Acelerando a retomada do crescimento”, nesta terça-feira (18), promovido pelo Santander.
Por outro lado, ele destacou que a melhoria da rede de proteção social não só é possível como é um trabalho da equipe econômica. “É isso que nos fez re-priorizar nossa agenda de reformas. Tínhamos um conjunto de reformas antes da crise, esse conjunto continua na mesma diretriz mas re-priorizado pelas lições que temos durante a crise. A rede de proteção social precisa ser aprimorada”, comentou.
Segundo Guaranys, a resposta para esse aprimoramento será por meio da melhoria do gasto público. “Para ter recursos para essas políticas é preciso trabalhar melhor os recursos dentro do meu Teto, porque ele é só uma limitação artificial da limitação natural que já temos, uma vez que não temos recursos suficientes. Vamos revisar despesas que temos hoje e entendemos que não são mais parte do objetivo da sociedade, assim liberamos espaço para poder melhorar a renda brasil e ter mais investimentos públicos”, explicou.
Ele ressaltou ainda que outra frente de foco do governo no pós-pandemia será inserir a população desempregada e do mercado informal de trabalho no mercado formal. “Estamos trabalhando tanto numa renda brasil melhor como em uma rampa de acesso ao mercado de trabalho que permita que as pessoas tenham acesso a contratos formais com mais dignidade, entrem nas políticas públicas, sintam-se reconhecidas pelo Estado e contribuíam com o Estado”, observou.
Tributária e abertura comercial
Guaranys também comentou sobre a agenda de abertura econômica do país, que, para não prejudicar as empresas brasileiras, deverá acontecer paralelamente ao avanço da reforma tributária.
“É importante coordenarmos esses movimentos juntos: abrir o país com um sistema tributário tão complexo dificulta a competitividade das empresas que já estão instaladas aqui. Quanto mais simplificarmos esse sistema, quanto mais avançarmos na reforma tributária, mais poderemos ir abrindo nossa economia para permitir que as empresas de fora também tragam seus produtos e serviços para competir com as de dentro”, disse.
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