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    Agenda do governo para retomar economia ganha agilidade, diz Carlos da Costa

    Secretário de Produtividade afirmou ainda que um dos principais desafios do Ministério da Economia no momento é garantir crédito para empresas

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo

     

    O secretário especial de Produtividade e Emprego (Sepec) do Ministério da Economia, Carlos da Costa, defendeu em entrevista à CNN nesta quarta-feira (20) a agenda de reformas para acelerar a retomada da atividade econômica, abalada pela pandemia do novo coronavírus. 

    “Nossa agenda de crescimento ganhará agilidade e ritmo agora, e isso terá forte impacto na retomada. Nossa expectativa é que nosso retorno será mais acelerado do que no resto do mundo. Porém tudo vai depender da velocidade para implantar as reformas”, afirmou Costa, ressaltando que antes da pandemia a economia brasileira estava em trajetória ascendente.

    Sobre as projeções para o futuro da economia pós-pandemia, Costa explicou que “qualquer projeção no meio de algo tão novo para a humanidade pode trazer riscos”, mas se mostrou otimista em relação ao avanço da doença no Brasil. “O ciclo da pandemia parece estar se enfraquecendo.”

    Crédito para empresas
    Segundo Costa, um dos principais desafios do Ministério da Economia no momento é garantir crédito para empresas, em especial as pequenas e médias, que em sua leitura ainda sofrem para garantir capital de giro durante a pandemia.

    “Neste momento temos os bancos retraídos para liberar crédito, então, só injetar liquidez no sistema não será suficiente. Precisamos dar às instituições financeiras garantias, com isso acreditamos que os bancos terão apetite para liberar crédito para a ponta.”

    Costa diz ainda que por meio de negociação com o Congresso conseguiu criar dois fundos garantidores de crédito, um focado em microempresas e outro direcionado e pequenas e médias empresas.

    Para as micros, o Ministério irá lançar o Fundo de Garantia de Operações (FGO), gerenciado pelo Banco do Brasil e administrado pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade. Ele irá oferecer maiores garantias aos bancos que liberarem crédito para empresas com pouco histórico financeiro. 

    Já para pequenas e médias, será lançado o fundo Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), do BNDES, que terá menos garantias por lidar com empresas com mais histórico de crédito, mas oferecerá aos bancos maior alavancagem. Segundo Costa, a previsão do Ministério é de que a cada R$10 milhões emprestados a instituição financeira pode ter retorno até 7 vezes maior.

    Auxílio-emergencial e desoneração da folha

    Mais cedo, em live organizada pelo site JOTA, Carlos da Costa falou sobre possível extensão do auxílio emergencial de R$ 600 para além do período de três meses inicialmente previsto.

    Ele disse que sua posição, desde que se manifestou publicamente sobre o tema, foi que as medidas que o governo estava implementando nesse momento de crise teriam que ser eventualmente estendidas dependendo da sua efetividade e do impacto fiscal.

    Ressalvou, contudo, que a decisão final sobre o assunto não é sua e reconheceu haver divergência dentro do Ministério da Economia.

    A empresários, Guedes admitiu na véspera a possibilidade de prorrogação por um ou dois meses do auxílio, mas por um valor menor, de R$ 200.

    A respeito de possível prolongamento no período de suspensão de reajustes nos preços de medicamentos, Costa afirmou que a negociação foi para que isso acontecesse somente pelos 60 dias anunciados, conforme texto de Medida Provisória editada pelo governo.

    “Acreditamos que os mercados têm que funcionar muito bem. Tentativas de congelamento de preços no passado resultaram em falta de produtos, principalmente para quem mais precisa, que são os mais carentes. Isso não podemos deixar acontecer”, disse.

    Costa renovou o apelo pela desoneração da folha de pagamentos como uma das estratégias para o pós-crise e disse que uma grande onda de reindustrialização poderá acontecer caso o país persista no esforço de desburocratização e redução do custo Brasil, considerando um cenário de taxa de câmbio favorável e quadro geopolítico em que outros países buscam alternativas.

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