Adidas planeja preencher pelo menos 30% das vagas nos EUA com negros e latinos
A empresa também se recusou a dizer qual porcentagem atual de suas vagas na América do Norte composta por funcionários negros e latinos
A Adidas planeja preencher um mínimo de 30% de suas novas posições de trabalho nos EUA com negros ou latino-americanos, anunciou a empresa nesta terça-feira (09), juntamente com várias outras ações que está realizando em resposta a protestos recentes sobre a morte de George Floyd, que pedem por justiça racial.
Dezenas de grandes corporações, incluindo a Adidas, fizeram declarações na semana passada expressando solidariedade ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). Ao mesmo tempo, as empresas enfrentaram pedidos para abordar representações desiguais e racismo sistêmico dentro de suas próprias instituições.
Nos últimos dias, centenas de funcionários da Adidas saíram do trabalho para se manifestar fora da sede norte-americana da empresa em Portland, no estado de Oregon, pedindo à empresa para apoiar melhor os funcionários negros, de acordo com um relatório do Portland Business Journal. A Adidas, como outras empresas de roupas esportivas, lucrou com acordos de patrocínio com atletas e celebridades negras usando a cultura negra como inspiração para projetos e planos de marketing.
“Os eventos das duas últimas semanas fizeram com que todos refletíssemos sobre o que podemos fazer para enfrentar as forças culturais e sistêmicas que sustentam o racismo”, disse o CEO da Adidas, Kasper Rorsted, no comunicado desta terça-feira (09).
“Tivemos que olhar para dentro de nós mesmos como indivíduos e da nossa organização e refletir sobre sistemas que prejudicam e silenciam a comunidade negra”, disse ele. “Embora tenhamos falado sobre a importância da inclusão, precisamos fazer mais para criar um ambiente em que todos os nossos funcionários se sintam seguros, ouvidos e tenham a mesma oportunidade de progredir em suas carreiras”.
Além do mínimo de 30% de novas contratações, a Adidas planeja anunciar uma “meta adicional destinada a aumentar a representação de pessoas negras e latinas na nossa força de trabalho na América do Norte”. A Adidas se recusou a dizer qual porcentagem atual de sua força de trabalho nos EUA ou na América do Norte composta por funcionários negros.
Leia também:
Adidas vê impacto de US$ 1,1 bilhão nas vendas na China com coronavírus
Maurício Pestana: ‘Floyd será o símbolo de uma era’
Papa Francisco cita morte de George Floyd e diz que racismo é pecado
A Adidas também doará US$ 20 milhões [cerca de R$ 98 mihões] nos próximos quatro anos em três iniciativas que afirma apoiar comunidades negras: Adidas Legacy, a plataforma básica de basquete da empresa para comunidades carentes; a Adidas School for Experiential Education in Design [Escola Adidas para Educação Experimental em Design], que ajuda as pessoas a criar carreiras em design de calçados; e Honoring Black Excellence [Honrando a Excelência Negra], que a empresa descreve como “uma iniciativa que honra e apoia a comunidade negra a partir do esporte”.
A Adidas também planeja financiar 50 bolsas de estudos por ano para funcionários negros de universidades “parceiras”, porém não forneceu mais detalhes.
“Reconhecemos a imensa contribuição da comunidade negra para o nosso sucesso”, afirmou a empresa. “Prometemos melhorar a cultura de nossa marca para garantir equidade, diversidade e oportunidade. Entendemos que a luta contra o racismo é aquela que deve ser combatida de forma contínua e ativa. Devemos e faremos melhor”.
O compromisso da Adidas seguiu o anúncio de sua concorrente, a Nike, que afirmou doar US$ 140 milhões [cerca de R$ 687 milhões] em quatro anos para “organizações que colocam a justiça social, a educação e a luta contra a desigualdade racial nos Estados Unidos no centro de seu trabalho”, embora não tenha mencionado nomes de quaisquer organizações específicas.
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).