Ações do Bradesco caem após resultado refletir impacto da pandemia em seguros
Presidente-executivo do banco afirmou que choque é temporário
As ações do Bradesco chegaram a cair mais de 3% nesta quarta-feira (4), após o balanço trimestral do segundo maior banco privado brasileiro mostrar um forte impacto na área de seguros dos sinistros relacionados à Covid-19.
O presidente-executivo do banco, Octavio de Lazari, disse que o choque é temporário, uma vez que a vacinação está se acelerando. Apesar disso, analistas escreveram em relatórios a clientes que não tinham certeza sobre o desempenho futuro.
“É difícil estimar a rapidez com que os números de seguros vão reagir”, afirmou a equipe do banco BTG Pactual.
O lucro na unidade de seguros caiu 58,3% para R$ 1,574 bilhão, conforme o número de mortes e casos de Covid-19 cresceu no Brasil no segundo trimestre. A unidade de seguros do Bradesco oferece seguros de saúde e de vida.
Os sinistros relacionados à Covid-19 totalizaram R$ 1,848 bilhões no segundo trimestre, quase o mesmo relatado para todo o ano de 2020.
“Sinistros relacionadas à Covid-19 devem cair até o final do ano,” disse Lazari a jornalistas. Ainda assim, ele destacou que a seguradora deve responder por menos de 25% do resultado do banco neste ano, que é a sua contribuição usual.
O banco revisou na terça-feira (3) a projeção de 2021 para os resultados de seguros para uma queda entre 15% e 20%. Antes, o banco esperava um crescimento entre 2% e 6%.
O Bradesco divulgou no mesmo dia um lucro líquido recorrente, que exclui itens não recorrentes, de R$ 6,319 bilhões, 63,2% a mais que no ano anterior.