Ações de bancos europeus despencam após governo italiano anunciar novo imposto
Financeiras italianas lideram as quedas; os dois maiores bancos do país, Intesa Sanpaolo e UniCredit, caíram 7,9% e 6,6%, respectivamente.
As ações dos principais bancos europeus operam em forte queda nesta terça-feira (8) depois que a Itália anunciou que taxará em 40% a margem líquida de juros das instituições financeiras do país.
No início dos negócios de hoje, o índice de bancos da zona do euro recuava 3,7%, em sua maior queda diária desde a turbulência no setor bancário ocorrida em março deste ano, quando o Credit Suisse entrou em colapso.
Os bancos da Itália lideraram as perdas. As duas maiores instituições do país, Intesa Sanpaolo (IITSF) e UniCredit (UNCFF), registram perdas de 7,9% e 6,6%, respectivamente.
“Essas intervenções governamentais na Europa não ajudam a fornecer a estabilidade necessária para reduzir o prêmio de risco associado à zona do euro. Isso não é apenas uma coisa italiana, a Espanha fez o mesmo no ano passado”, disse Gilles Guibout, chefe de estratégias para ações da Axa Investment Managers.
Analistas do Bank of America estimam que o novo imposto pode custar aos bancos italianos entre 2% e 9% de seus ganhos.
A desvalorização afetou outros bancos do bloco, incluindo o espanhol Banco Santander (BCDRF), que caiu 3%, e o alemão Deutsche Bank (DB), que teve queda de 2,7%.
Novo imposto
O governo italiano anunciou que taxará em 40% da margem líquida de juros dos bancos, que é a receita que os bancos obtêm da diferença entre as taxas de empréstimos e depósitos. A taxa será aplicada somente sobre os resultados de 2023
O governo espera arrecadar cerca de US$ 3,3 bilhões com a medida, disseram fontes à Reuters.
O arrecadado com o imposto será usado para ajudar detentores de hipotecas e cortar impostos, disse o vice-primeiro-ministro da Itália.
“O imposto que a Itália cobrou sobre os lucros excessivos que os bancos parecem estar obtendo surpreendeu e provavelmente está levantando preocupações de que outros países possam seguir o exemplo da Itália”, disse Stuart Cole, macroeconomista-chefe da Equiti Capital.