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    80% dos brasileiros acreditam que custo de vida vai aumentar nos próximos meses

    Levantamento feito pela Ipsos detalha que o setor de transporte deve ser o maior vilão do orçamento brasileiro

    Lucas Janoneda CNN , no Rio de Janeiro

    Cerca de 80% dos brasileiros acreditam que o custo de vida no país deve aumentar nos próximos seis meses. A constatação é da pesquisa “Inflação: Percepções do Consumidor”, que foi divulgada nesta sexta-feira (17) pela Ipsos. O levantamento contou com a participação de mil pessoas. A pesquisa mostra que 15% da população brasileira discorda que o custo de vida vai aumentar e 5% não souberam responder.

    A percepção dos brasileiros é que será preciso desembolsar mais dinheiro, nos próximos meses, para o pagamento dos mesmos produtos e serviços oferecidos atualmente. Os entrevistados levaram em consideração seus gastos com transporte, habitação, alimentação, vestuário, saúde, entretenimento e serviços de utilidade pública, como água e gás encanado.

    O levantamento detalha que o setor de transporte deve ser o maior vilão do orçamento brasileiro. Segundo os dados, a expectativa é que o deslocamento, seja por transporte público ou por uso de aplicativo de passageiros, apresente alta nos próximos meses.

    “A crise econômica, aprofundada pela pandemia, elevou a sensação de mal-estar com a própria condição financeira, especialmente nas classes média e baixa da população. Uma percepção que notamos bem mais intensa, por exemplo, em países sul-americanos”, comenta CEO da Ipsos no Brasil, Marcos Calliari.

    Menor poder aquisitivo

    Além de acreditarem que o custo de vida no país será mais alto nos próximos meses, 80% dos brasileiros esperam que a renda familiar não subirá de forma compatível com a subida dos preços. E os principais responsáveis por isso são a inflação e a desvalorização cambial.

    “Nós tivemos um período muito longo com juros baixos demais que afetaram muito a taxa de câmbio, ou seja, o real se desvalorizou perante ao dólar, o que gerou o aumento de preço de importados e comodities, como o petróleo. E isso, junto com os choques de oferta, tem colocado o Brasil numa situação que a inflação se tornou muito alta e está acima da média”, destacou Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec São Paulo e Brasília.

    Expectativa em outros países

    O pessimismo sobre a economia não se limita ao Brasil, de acordo com a pesquisa do Ipsos. Segundo o levantamento, as populações mais receosas sobre o futuro econômico são moradoras da Rússia, Chile, Holanda, Romênia e Colômbia. Os moradores desses locais acreditam que o poder econômico será reduzido nos próximos seis meses.

    Em contrapartida, a maior parte dos entrevistados no Japão, China e Malásia não esperam um aumento no custo de vida a curto prazo. A Ipsos ouviu cerca de 20 mil pessoas, com idades entre 16 e 74 anos, de 30 países.

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