53% dos brasileiros não estão confiantes em gastar nos próximos meses, diz estudo
Contudo, maioria dos brasileiros está otimista com o futuro da situação financeira
Cerca de 53% dos brasileiros não estão confiantes em gastar nos próximos meses, aponta o estudo realizado pela Toluna, companhia especializada em levantamentos sobre economia.
De acordo com o estudo, o percentual é reflexo da pandemia, já que cinco em cada 10 brasileiros ainda sofrem negativamente com o impacto do coronavírus.
Das 1.006 entrevistas realizadas no Brasil entre 23 e 28 de março, 11% perderam o emprego com a chegada da Covid-19 no país, e 13% sofreu uma redução no trabalho se comparado com o período anterior à pandemia.
Os estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio de Janeiro tiveram as maiores taxas de desemprego no 1º trimestre deste ano, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mas, se comparado com o estudo feito em dezembro de 2021, a quantidade de brasileiros que não estão confiantes em gastar nos próximos meses é 8% menor, quando 61% disseram não estar confiantes.
Contudo, a maioria dos brasileiros está otimista com o futuro da situação financeira. 42% dos entrevistados afirmaram que estarão um pouco melhor nos próximos 3 meses, enquanto 22% disseram que estarão muito melhor.
“Ainda é um momento de cautela para os brasileiros, que não conseguiram neste início do ano [1º trimestre de 2022] retomar, ou pelo menos minimizar os impactos vivenciados pelos dois anos de pandemia”, destacou o estudo da Toluna.
Lojas e produtos
Entre janeiro e março de 2022, 70% dos brasileiros sofreram principalmente com o aumento de preços nas lojas. O custo de vida, especificamente na categoria de alimentos, teve alta de 66%.
A percepção de mudança de preços é generalizada entre as categorias, com destaque para: comida fresca, com uma alta de 69%; chá e café, 59%; e padaria, 57%.
Consequentemente, uma das categorias com maior perspectiva de aumento nos gastos nos próximos meses é mantimentos (57%).
Dessa forma, 65% dos brasileiros vão fazer compras alternativas e mais baratas.
Para tentar ainda driblar o aumento, o brasileiro está mudando o comportamento em busca do menor preço: 55% dos entrevistados visitam mais lojas; 47% mudaram de supermercado; e 44% mudar as marcas habituais.
Apertando o cinto
Os entrevistados apontaram também que outras atividades menos essenciais tendem a diminuir no horizonte. Para um terço dos brasileiros, deixar de comer fora e viajar para o exterior são as primeiras ações cortadas para reduzir gastos.
43% afirmaram que, caso decidam tirar férias, será necessário achar uma alternativa mais perto de suas casas para economizar.
Já as atividades menos essenciais de lazer e serviços tendem a diminuir. 45% dos brasileiros destacaram que devem diminuir a ida à restaurantes e 38% devem reduzir os pedidos de delivery.
Ao mesmo tempo, 38% vão diminuir a ida aos cinemas e 36% devem reduzir a quantidade de vezes que vão ao teatro.
Mais soluções
33% planejam manter o aparelho de telefone atual ao invés de atualizar para um novo, enquanto 24% visam reduzir ou alterar a franquia de dados para economizar na conta.
Ao mesmo tempo, 71% dos entrevistados vão desligar as luzes sempre que possível e 58% dos brasileiros pretendem tomar banhos mais curtos para reduzir o uso de água.
Vale destacar que 78% da população brasileira segue impactada pela crise energética.
E, caso os brasileiros precisem de ajuda financeira, 51% dos entrevistados disseram que procurariam pela família, enquanto 24% recorreriam aos amigos.
Os bancos ficam em terceiro lugar, como uma opção para 21% das pessoas – ao lado das empresas de empréstimo de curto prazo.
Gasto com as residências
O estudo, por outro lado, apontou que os brasileiros ainda terão gastos nos próximos meses, mesmo que procurem remanejar os gastos para economizar dinheiro.
Dessa forma, os entrevistados afirmaram que 50% vão usar o dinheiro para melhorias na residência, enquanto 48% focarão em investimentos e cuidados pessoais.
15% das pessoas afirmaram que estão gastando dinheiro com a residência porque estão passando mais tempo no local. Mas, 42% disseram que estão procurando soluções econômicas para mobiliar a casa.