2022 será um ano em “compasso de espera”, diz economista Sergio Vale
Especialista CNN avaliou expectativas do mercado com cenário fiscal e listou desafios para a economia em meio a um ano eleitoral
A chegada de 2022 gera expectativas sobre qual será o cenário econômico para o período, marcado em seu início por um rescaldo da pandemia de Covid-19 com o surgimento da variante Ômicron e, no Brasil, com dados preocupantes de inflação, emprego e pobreza.
Neste domingo (2), o economista e especialista CNN Sergio Vale avaliou os principais tópicos de debate para o período e definiu 2022 como um ano “em compasso de espera” no setor econômico.
Isso porque os principais indicativos econômicos aguardam também os resultados das eleições presidenciais em meio a um cenário de provável pouco crescimento imediato, afirmou Vale.
“É um ano de transição. A gente vai ter dificuldades em relação a economia e estaremos olhando com uma lupa para 2023”, disse, destacando a alta inflação no acumulado de um ano, índices de desemprego ainda preocupantes e desafios para fazer a economia crescer.
Ao comentar o “crescimento em V” apontado pelo ministro Paulo Guedes, da Economia, como a atual realidade da retomada econômica brasileira, Vale aponta que essa análise diz respeito à saída do período mais “agressivo” da pandemia em termos econômicos, em 2020.
“Quando olhamos dois anos em conjunto, podemos dizer que conseguimos recuperar o que se perdeu, mas isso não é o suficiente. O problema é que a partir dessa saída mais agressiva da pandemia, não conseguimos entregar crescimento mais consistente”, afirmou.
Eleições 2022
Sergio Vale analisou que, pelo ano eleitoral ser “mais curto” do ponto de vista legislativo, há baixas probabilidades do avanço de novas grandes reformas nesse período.
Em relação à equipe econômica que deve assumir o comando a partir de 2023, o economista destacou que os investidores estarão olhando para os próximos anos e, portanto, atentos ao grau de responsabilidade fiscal assumido pelo governo.
“Em 2023, teremos uma economia machucada, que não cresceu ao longo de 10 anos. O novo presidente vai ser muito demandado para responder essas questões”, afirmou.
Pandemia de Covid-19
Apesar do surgimento da Ômicron, Vale afirma que a variante possivelmente terá impactos mais significativos no exterior devido ao alto nível de vacinação no Brasil, além do “prognóstico positivo” de complementação da imunização com a dose de reforço.
“O crescimento médio mundial por conta da Ômicron tende a ser um pouco menor”, disse.