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    Lula jamais prometeu que preços dos combustíveis nunca mais subiriam, afirma presidente da Petrobras

    Prates também disse que Lula nunca defendeu "desgarramento" por completo das referências internacionais

    O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates
    O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates Paulo Pinto/Agência Brasil

    Italo Bertão Filho e Jorge Barbosa, do Estadão Conteúdo

    O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nunca prometeu que os preços dos combustíveis não subiriam mais.

    “[O presidente Lula] jamais prometeu que o preço nunca mais subiria, [como se dissesse:] ‘Vou me eleger e nunca mais vou subir o preço do combustível'”, afirmou Prates em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (2).

    O presidente da estatal também pontuou que o atual mandatário nunca mencionou que o país deixaria de lado referências internacionais ao “abrasileirar” as tarifas, termo cunhado por Lula.

    “Também não houve desgarramento [dos preços internacionais]. [O presidente] Nunca disse [que] nós vamos descolar completamente da referência internacional”, emendou Prates.

    “Isso seria uma temeridade, porque nós não só importamos ainda parte dos produtos, como estamos inseridos na comunidade internacional.”

    Prates reiterou que a estatal tem total independência na definição dos preços dos combustíveis. “O governo não manda a gente subir, nem descer, nem segurar, nada disso”, afirmou.

    O presidente da petroleira também voltou a criticar a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada na gestão de Pedro Parente, em 2017, a qual classifica como “nefasta”.

    O tema também é alvo de críticas do presidente Lula e de outros membros do governo desde a campanha eleitoral.

    “Aquilo era irreal, era aplicar o preço do pior concorrente do mercado e garantir a ele suas ineficiências. Ali a Petrobras perdeu market share, ali a Petrobras não reagiu àquela imposição, que era um absurdo”, defendeu Prates.

    Recompra de refinarias

    O presidente da Petrobras afirmou concordar com o entendimento do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a necessidade de recompra de refinarias.

    “Eu concordo politicamente com as falas do ministro de Minas e Energia sobre recomprar refinarias. A análise está em curso, mas não podemos falar publicamente”, afirmou.

    Questionado sobre a estatal estar realizando práticas predatórias de mercado, vendendo petróleo com preços diferentes entre as refinarias próprias e unidades privadas, o executivo acrescentou que a Petrobras tem o direito de fazer a integração vertical de seus negócios.

    Prates acrescentou ainda que estuda, dentro do mercado de refino, a expansão da capacidade de produção de biocombustíveis, destacando o plano de investimentos realizado pela Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital.

    “Uma parceria com a refinaria da Bahia (Acelen) nos parece uma aproximação válida. Temos um projeto grande sobre biocombustíveis, onde a Petrobras tem terras na região”, afirmou Prates.

    Braskem

    O presidente da Petrobras afirmou ainda que a estatal tem interesse em manter a sua posição acionária na Braskem.

    De acordo com o executivo, a expectativa é que ocorra uma definição em relação à venda da petroquímica até, no máximo, janeiro.

    Questionado sobre a possibilidade da petroleira dos Emirados Árabes Unidos Adnoc comprar a Braskem, o executivo afirmou haver uma tendência global de empresas de exploração e produção em comprar companhias do setor petroquímico.

    “A Adnoc é uma empresa integrada. Ela é petroleira e também petroquímica. A tendência global está no sentido desses negócios se reacoplarem”, afirmou.

    Veja também: Para ministro de Minas e Energia, Petrobras trabalhou contra o Brasil nos últimos anos