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    Liderando alta de vagas formais, serviços veem otimismo crescer em abril, diz FGV

    Ainda em níveis pré-pandemia, cadeia do turismo, como hotéis e restaurantes, demonstra confiança na retomada

    Pauline Almeidada CNN , no Rio de Janeiro

    Neste mês marcado pelos feriados prolongados e desfiles de Carnaval, os nichos de hospedagem e alimentação puxaram o otimismo do setor de serviços, segundo uma sondagem do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), divulgada nesta quinta-feira (28).

    O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu quatro pontos e chegou a 96,2 pontos (de 200), o maior nível desde novembro do ano passado.

    Foi o segundo avanço mensal consecutivo do ICS, com uma alta em 12 dos 13 segmentos analisados.

    Segundo o FGV Ibre, o resultado foi influenciado tanto pela situação atual das empresas, que marcou 96 pontos, a melhor marca desde abril de 2014, quanto pelas perspectivas para os próximos meses, com 96,6 pontos (aumento de 2,9 pontos em abril).

    Os serviços prestados às famílias, como hotéis, bares e educação, que foram prejudicados pela variante Ômicron no início do ano, recuperaram a perda dos primeiros meses de 2022 e puxaram a retomada.

    Rodolpho Tobler, pesquisador do FGV Ibre, explica que essas atividades ficaram com uma demanda reprimida na pandemia, por conta da necessidade de isolamento social, e ainda têm espaço para retomada até os níveis anteriores à chegada da Covid-19.

    Nesta quinta-feira, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) ainda mostraram que os serviços lideraram a criação de postos formais de trabalho em março – 111.513 dos 136.189 do saldo do mês.

    Fábio Bentes, da Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC), destaca que as atividades do setor vêm capitaneando a recuperação do mercado de trabalho brasileiro.

    “O emprego formal cresceu 1,5% no trimestre, a agropecuária também, a indústria cresceu um pouco menos e os serviços chegaram a 2,3%. Quando a gente olha uma perspectiva de 12 meses, o mercado formal cresceu 6,6% e o setor de serviços, 7,4%. Ou seja, está se destacando”, colocou.

    Dentro do setor de serviços, um comparativo feito por Bentes entre o saldo de vagas de março de 2020, início da pandemia, e março de 2022, aponta que as atividades profissionais, científicas e técnicas, como advogados e engenheiros, tiveram uma ampliação de 18% na força de trabalho, assim como o grupo de informação e comunicação. Já os postos das atividades imobiliárias avançaram 15%.

    Na outra ponta, o turismo ainda está 5% abaixo do saldo de 2020, o que mostra que hotéis, restaurantes e toda a cadeia ainda se recuperam. Neste feriado de Tiradentes, por exemplo, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) registrou 85% de ocupação nos estabelecimentos do Rio e 60% em Belo Horizonte.

    Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABrasel) espera um avanço de 3% neste mês de abril. “O faturamento está muito firme, investimentos novos estão sendo programados por diversos grupos. O grande desafio está em melhorar a rentabilidade, especialmente neste momento de inflação galopante”, colocou o presidente Paulo Solmucci.

    Para o economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre, os serviços devem continuar crescendo, mas em menor ritmo por conta do aumento dos preços, do desemprego, da menor renda e da alta taxa de juros.

    “O grande desafio é dar continuidade porque depende muito do poder de compra, que está prejudicado. Mas no final de abril para maio, tem a liberação do FGTS que começou a ser feita, a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, coisas pontuais que podem aquecer a demanda nesse primeiro semestre”, colocou.

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