Leilão do 5G deve ajudar com carência de infraestrutura no Brasil, diz especialista
Marcelo Zuffo, professor de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli/USP, diz que edital deve solucionar demanda reprimida por conectividade existente no país
O leilão do 5G que será realizado nesta quinta-feira (4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve ajudar o Brasil em relação à carência de infraestrutura, disse à CNN o professor de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli/USP Marcelo Zuffo.
“Os celulares 3G/4G são compatíveis com o 5G. Agora, quem tiver um celular 5G vai perceber maior velocidade de comunicação. Isso vai acontecer, talvez, com os celulares 4G também porque o Brasil tem um carência muito grande de infraestrutura e como o edital foi montado, trará investimentos que serão muito significativos”, disse o especialista.
“A gente tem uma demanda reprimida no Brasil absurda em conectividade. Por questões estruturais, nossas partes remotas não tem internet – e a pandemia evidenciou isso porque a gente usa a internet para praticamente tudo. O que está se tentando fazer é consertar algumas dessas questões estruturais que observamos com o edital do 4G”, completou.
O leilão da Anatel definirá quais empresas estarão habilitadas para as diferentes faixas de frequência oferecidas no novo padrão de conectividade móvel – que permitirá uma conexão de internet de alta velocidade no país, que impulsionará o desenvolvimento de tecnologias como internet das coisas (IoT) e veículos autônomos, por exemplo.
“A grande novidade é que apareceram as operadoras regionais com muita força. E isso pode reequilibrar a competitividade de um setor que estava muito concentrado – essa é uma boa notícia”, destacou Zuffo.
Ele disse, no entanto, que há uma tendência não só no Brasil, mas no mundo, de que os planos de internet 5G custem mais caro do que os disponíveis atualmente.
“A única resposta para isso é temos mais concorrência – felizmente, neste edital, apareceram 15 proponentes – e, consequentemente, mais cobertura”, completou.
Zuffo afirmou ainda que a incidência tributária sobre as comunicações no Brasil é uma das mais altas do mundo – reflexo do que aconteceu no início da privatização do setor – e que essa, talvez, seja uma questão que precise ser analisada a médio e longo prazo.
Agora tem outros aspecto estrutural, que aconteceu lá no início da privatização, que é a incidência tributária sobre as. Isso talvez a gente precise consertar a médio e longo prazo.