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    Justiça determina suspensão do concurso da Receita Federal após pedido do MPF

    Ministério Público Federal avaliou irregularidades em questões da prova

    Superintendência da Receita Federal, em Brasília
    Superintendência da Receita Federal, em Brasília Marcelo Camargo/Agência Brasil

    João Nakamurada CNN*

    São Paulo

    A Justiça Federal acatou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para suspender o concurso da Receita Federal de 2023.

    A ação do MPF foi movida contra a União e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que compôs a banca responsável pelo exame.

    De acordo com o Ministério Público, a prova aplicada teria violado o edital do concurso ao cobrar conteúdos que estavam fora da cartilha. Além disso, o órgão indica que algumas das questões da prova apresentavam conteúdo e respostas com justificativas contraditórias.

    Ao todo, o MPF pediu a anulação de nove questões da prova e um item de outra.

    Em contrapartida a suspensão, o Ministério Público requereu que fossem anuladas as perguntas indicadas e divulgada uma nova lista de aprovados para a próxima etapa do exame.

    Conforme a decisão da Justiça, a suspensão deveria ocorrer em um prazo de 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

    O concurso estava no momento em sua 2ª e última etapa, composta de um curso de formação profissional seguido de provas eliminatórias.

    Ao todo, o concurso oferece 699 vagas para novos servidores da Receita, divididas entre 469 para analistas tributários e 230 para auditores fiscais. Ambos os cargos requerem nível superior de formação em qualquer área.

    A FGV afirmou, em nota, que cumprirá a determinação da Justiça e “que está adotando todas as medidas cabíveis para reverter a referida decisão e retomar imediatamente o Curso de Formação Profissional”.

    A Comissão de Aprovados no Concurso de Auditor Fiscal e Analista Tributário da Receita Federal do Brasil informou, também em nota, que a suspensão “trouxe insegurança jurídica e instabilidade no cumprimento do cronograma inicialmente planejado pela banca examinadora”.

    A comissão diz que o certame encontra-se na etapa de realização do Curso de Formação Profissional (CFP), última prevista para o concurso, e que entre os argumentos usados na decisão estava o de que não haveria prejuízos, pois o curso era ministrado na modalidade online. A comissão diz, porém, que o CFP exige regime de dedicação integral e as aulas são ministradas de segunda a sexta das 9h às 18h, o que “impossibilita a realização de outra atividade laboral”.

    “Em virtude disso, muitos aprovados precisaram pedir demissão de seus empregos, outros foram exonerados de cargos públicos ou perderam cargos comissionados”, informou.

    CNN procurou a Receita Federal para um posicionamento. O texto será atualizado assim que houver retorno.

    *Sob supervisão de Ana Carolina Nunes

    Veja também: “Enem dos concursos” deve desafogar serviços públicos, diz especialista