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    Juros estão acima do necessário para combater a inflação e impõem riscos à economia, avalia CNI

    Banco Central mantém Selic em 13,75% ao ano pelo sétimo encontro seguido do Copom e evita sinalizar queda das taxas a partir de agosto

    Gabriel Bosada CNN , Em São Paulo

    A manutenção dos juros no atual patamar de 13,75% ao ano pelo Banco Central (BC) está além do necessário para trazer a inflação para baixo e apenas gera riscos à atividade econômica, afirmou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) em nota publicada nesta quarta-feira (21).

    Mais cedo, o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a expectativa do mercado em segurar a Selic no mesmo nível desde agosto do ano passado.

    Esta é a sétima vez seguida que o Comitê decide pela manutenção da taxa. Assim, o patamar de juros no país continua no maior nível desde dezembro de 2016.

    O tom do colegiado, porém, frustrou as previsões de sinalização para o início do ciclo de quedas a partir do próximo encontro, agendado para o início de agosto.

    “Esperamos que, com a continuidade do movimento de desaceleração da inflação, o Copom inicie, já na próxima reunião, o tão necessário processo de redução da Selic”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

    Segundo a entidade, os recentes dados indicando a perda de fôlego da inflação reforçam a tese de que o BC está exagerando na política monetária.

    Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 3,9% em 12 meses, a 11ª desaceleração seguida.

    A CNI também apontou as constantes revisões da inflação para baixo pelos analistas como indicador de que os juros já deveriam estar em trajetória de baixa.

    Na última segunda-feira (19), dados do Boletim Focus, pesquisa que reúne previsões de mais de uma centena de instituições, mostrou que o mercado espera o IPCA em 5,12% neste ano. Foi a quinta semana seguida de corte nas estimativas.

    Queda da indústria e nos serviços

    A CNI chamou a atenção para a queda da produção industrial em três dos quatro primeiros meses de 2023, afirmando que os resultados negativos são reflexos do aperto da política monetária.

    Conforme a entidade, na comparação de abril deste ano com o mesmo mês de 2022, a produção da indústria recuou 2,7%.

    “Situação também adversa ocorre com o volume de serviços, que, em abril, ficou 2,9% abaixo do nível de dezembro de 2022 – na série livre de efeitos sazonais”, pontua o comunicado.

    O mercado de crédito também foi impacto pelos juros altos, afirmou a CNI. Segundo a entidade, concessão de crédito às empresas caiu, em termos reais, 8,6%, na comparação dos primeiros quatro meses de 2023 com os últimos quatro meses de 2022.

    “Outro aspecto que vale ressaltar são os eventos adversos relacionados a grandes empresas varejistas no Brasil, os quais também têm influência negativa sofre o mercado de crédito”, informa.

    “Esses acontecimentos, associados aos elevados níveis de inadimplência, têm levado ao aumento de provisões por parte dos bancos, o que reduz a oferta de crédito e tende a encarecê-lo ainda mais”.

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