Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Julgamento do STJ pode render metade do orçamento do Bolsa Família, diz ministro da Fazenda

    Fernando Haddad se reuniu com ministro Benedito Gonçalves, da Corte, para tratar do tema

    Elis BarretoSamantha Kleinda CNN , Brasília

    O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, participou de uma reunião com o ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta segunda-feira (24), para tratar de julgamento com potencial para elevar a arrecadação federal.

    No âmbito do que Haddad vem chamando de “jabutis tributários”, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deverá julgar na próxima quarta-feira (26) se incentivos fiscais do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS) devem integrar a base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

    De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida está “corroendo a base fiscal brasileira” e causando “insegurança jurídica”.

    “A primeira providência que pedem é não contratar médicos e reajustar salário mínimo enquanto uns poucos se beneficiam de emendas aprovadas sabe deus como, sem critério, sem estudo técnico e que perduram indefinidamente. São centenas de milhões de reais de prejuízo ao erário. O orçamento inteiro do MEC [Ministério da Educação] não chega ao valor em julgamento. É metade do orçamento do Bolsa Família”, afirmou Haddad após a reunião, nesta segunda.

    Além da questão sobre a ação no STJ, Haddad também confirmou que a Fazenda está promovendo estudos sobre o Juros sobre Capital Próprio (JCP). Segundo o ministro, empresas utilizam a ferramenta para distribuir seus lucros, sem pagar imposto de renda.

    “Tem empresas muito rentáveis que não declaram lucro, e portanto não pagam IRPJ. O que elas fizeram? Transformaram o lucro artificialmente em JCP. Então não pagam nem como pessoa jurídica, nem como pessoa física. Tem um caso aqui no Carf, não é por outra razão que o Carf é polêmico, porque só uma empresa tem um auto de infração de R$ 14 bilhões, por ter artificialmente inflado seu capital e declarado JCP para não pagar IRPJ”, disse o ministro.

    O ministro da Fazenda ressaltou ainda que irá buscar mais transparência nas renuncias fiscais promovidas pelo governo. Para Haddad, “a sociedade brasileira precisa saber para onde está indo o dinheiro dela”.

    “Quando vai um médico para algum lugar, uma professora, você fica sabendo. Por que quando você abre mão de R$ 10 bilhões de arrecadação ninguém fica sabendo? Fica tudo escondido ali na caixa preta das renúncias fiscais? Isso precisa acabar”, finalizou Haddad.

    Tópicos