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    “Jabutis” em projeto de eólicas offshore vão elevar inflação e prejudicar indústria, diz ex-presidente da EPE

    Levantamento calcula elevação de custos ao consumidor em R$ 25 bilhões por ano até 2050, equivalendo a R$ 658 bilhões

    Maior parte dos parques eólicos offshore possuem pilares no mar
    Maior parte dos parques eólicos offshore possuem pilares no mar AnetteBjerg / Pixabay

    Danilo Moliternoda CNN

    São Paulo

    Trechos contidos no projeto de lei (PL) para regulamentação de eólicas offshore que não dizem respeito a esta matriz — chamados “jabutis” — devem elevar a inflação e tirar competitividade da indústria, afirma Luiz Barroso, ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e CEO da PSR.

    A conclusão se baseia em levantamento da própria PSR Soluções e Consultoria em Energia — apresentado nesta quinta-feira (14), em encontro que reuniu entidades setoriais para tratar dos impactos do projeto.

    Segundo o estudo, as medidas contidas no PL vão ter impacto direto no custo da energia para o consumidor. São calculados R$ 25 bilhões por ano até 2050, o que equivale a R$ 658 bilhões.

    “Essas contratações não possuem respaldo técnico, não passam no crivo técnico do planejamento”, disse Barroso.

    Para o especialista, ao tramitar a medida o Legislativo interfere em atribuição compartilhada pelo Ministério de Minas e Energia e pela EPE, de realizar o planejamento energético do país.

    Entre os trechos criticados estão a contratação de usinas térmicas a gás natural inflexíveis e a postergação de prazo para geradores de energia renováveis entrarem em operação com subsídios.

    Veja abaixo os “jabutis” e o custo que, individualmente, acarretariam até 2050, segundo o estudo:

    • Contratação de UTEs a gás natural inflexíveis: R$ 155 bilhões
    • Postergação do prazo para renováveis entrarem em operação com subsídios: R$ 113 bilhões
    • Contratação específica de PCHs: R$ 140 bilhões
    • Postergação do prazo para MMGD entrarem em operação com subsídio: R$ 101 bilhões
    • Manutenção da operação de UTEs a carvão mineral: R$ 92 bilhões
    • Construção de planta de hidrogênio: R$ 28 bilhões
    • Extensão dos contratos do Proinfa: R$ 24 bilhões
    • Contratação específica para eólicas no Sul: R$ 5 bilhões

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