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    Itália limita imposto sobre bancos e ações se recuperam na Europa

    Anúncio da taxação fez bancos do país perderem quase 9 bilhões de euros em valor de mercado

    Bandeira da Itália e bandeira da União Europeia hasteadas em frente a um prédio
    Bandeira da Itália e bandeira da União Europeia hasteadas em frente a um prédio Ivan Oštrić/Unsplash

    Da CNN*

    As ações de bancos italianos e de outras partes da Europa se recuperaram na quarta-feira (9), depois que a Itália amenizou um projeto para taxar 40% da margem líquida de juros das instituições financeiras do país.

    O Ministério das Finanças disse na terça-feira (8) que o imposto seria limitado a não mais do que 0,1% dos ativos totais de um credor “para salvaguardar a estabilidade dos bancos”.

    As ações da Intesa Sanpaolo subiram 3,2% no pregão da tarde, após registrarem queda de 8,7% na terça-feira, devido o anúncio do imposto.

    Os principais credores italianos UniCredit e Banco BPM subiram 4,2% e 4,4%, respectivamente, ante quedas de 5,9% e 9% no dia anterior.

    A retração do governo aliviou os temores dos investidores sobre os bancos europeus de forma mais ampla. O índice Stoxx Europe 600 Banks, que acompanha 42 grandes bancos na União Europeia e no Reino Unido, ganhou 1,7% após cair 3,5% no dia anterior.

    Entenda o imposto

    No final da segunda-feira (7), o governo italiano anunciou um novo imposto de 40% aos bancos e usaria os recursos para ajudar detentores de hipotecas e cortar impostos, segundo o vice-primeiro-ministro da Itália.

    A taxa incidirá sobre a receita extra que as instituições financeiras italianas obtêm da diferença entre as taxas de empréstimos e depósitos, e será aplicada somente sobre os resultados de 2023.

    Segundo fontes informaram à agência Reuters, o governo italiano espera arrecadar cerca de US$ 3,3 bilhões com a medida.

    O que é a “receita extra”

    No caso dos bancos, a receita extra é calculada sobre a margem de juros, ou seja, sobre a diferença entre receita de juros e despesa de juros.

    A receita de juros é aquela que o banco recebe pela concessão de empréstimos ou hipotecas (de acordo com as taxas do Banco Central Europeu).

    Já a despesa de juros é aquela que o próprio banco deve pagar aos clientes, por meio de contas-correntes ou contas-depósito.

    Os lucros extras são aqueles que o banco arrecada com o aumento das taxas de juros.

    Quem pagará

    A nova taxa foi anunciada após a subida das taxas de juros da Itália e do impacto provocado pelo aumento das prestações de hipotecas.

    Ela será paga por instituições financeiras, como bancos, com exceção das sociedades gestoras de fundos e as empresas de valores mobiliários.

    “Tendência europeia”

    Vários países europeus, incluindo a Espanha e a República Tcheca, anunciaram impostos sobre a receita extra dos bancos já no ano passado, após os aumentos das taxas de juros pelos bancos centrais aumentarem os ganhos de muitos credores.

    O ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, disse em junho que estava “demorando muito” para os benefícios das altas taxas de juros ressoarem na população, principalmente para os investidores em poupanças que queriam acesso rápido ao seu dinheiro depositado nos bancos.

    Hunt se reuniu com os chefes dos maiores bancos do Reino Unido em julho para questionar o motivo das taxas de contas de poupança estarem tão atrás dos juros oficiais do banco central.

    O ministro visava direcionar os bancos a pagarem mais aos poupadores.

    A queda das ações dos bancos na terça-feira também foi impulsionada pelo anúncio de que a Moody’s cortou a classificação de crédito de dez bancos dos Estados Unidos e colocou sob revisão outros seis grandes credores do país para um possível rebaixamento.

    A agência de classificação de crédito disse na segunda-feira que suas ações refletiam a “tensão contínua” no setor bancário dos EUA, mais de quatro meses depois que o colapso de dois credores regionais alimentou uma crise bancária global.

    Veja também: Mercado reduziu projeções de inflação para 2023 e 2024

    *Com informações de Anna Cooban, da CNN Internacional

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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