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    Ipea revisa projeção de crescimento do PIB brasileiro de 2022 de 2,8% para 3,1%

    Setor de serviços deve ser principal responsável pelo crescimento da economia do país neste ano

    Em 2023, a economia deve desacelerar por conta do cenário externo desfavorável, do aperto monetário doméstico e do aumento do nível de incerteza, diz o Ipea
    Em 2023, a economia deve desacelerar por conta do cenário externo desfavorável, do aperto monetário doméstico e do aumento do nível de incerteza, diz o Ipea Marcello Casal Jr/Agência Brasil

    Ana Carolina Nunesdo CNN Brasil Business

    em São Paulo

    O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revisou a projeção de crescimento da economia brasileira para 3,1% em 2022. A estimativa anterior era de 2,8%. O PIB (Produto Interno Bruto) de 2023 também foi revisado, de 1,6% para 1,4%. Acima das expectativas do mercado, em torno de 0,7%.

    Os dados estão na Visão Geral da Conjuntura, documento elaborado pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, divulgado nesta sexta-feira (16).

    De acordo com o documento, o aumento da atividade econômica deste ano será impactada principalmente com o setor de Serviços, que deve crescer 4,2%, seguido pela indústria, com 1,7% de alta. “Pelo lado da demanda, o consumo das famílias é o destaque positivo, com crescimento estimado de 4% para 2022”.

    Já em 2023, a economia deve desacelerar por conta do cenário externo desfavorável, do aperto monetário doméstico e do aumento do nível de incerteza, diz o Ipea. “O crescimento de 1,4% será influenciado, em especial, pela expansão do setor agropecuário, que deve registrar expressiva alta de 11,6%, sendo esta a principal razão da divergência em relação à média prevalecente no mercado.”

    O instituto aponta que a queda do PIB de 0,2% projetada para o quarto trimestre deste ano será motivada pelo crédito mais caro aliado a uma inflação ainda elevada que impacta negativamente a situação das famílias.

    reflete o desempenho de diversos indicadores, cujos resultados já divulgados para outubro e novembro apontam para um arrefecimento da atividade econômica. O encarecimento do crédito, lado a lado com uma inflação ainda elevada, vem deteriorando a situação financeira das família. “Diante desse cenário, as previsões do Ipea para o mês de novembro incluem crescimento nulo na produção industrial, novo recuo (-0,3%) no setor de serviços e queda de 1,2% no setor de comércio, todos na comparação com o mês anterior.”

    Contas públicas

    O relatório do Ipea aponta que as  contas públicas do governo central devem encerrar 2022 com bons resultados. “Para o próximo ano, as incertezas dizem respeito às mudanças no orçamento federal e no arcabouço de regras fiscais, com o objetivo de acomodar os aumentos de despesas desejados pelo governo eleito e garantir uma trajetória sustentável para as contas públicas.”

    Em relação aos estados, as finanças públicas estaduais “também mantiveram bom desempenho nos primeiros dez meses de 2022”, diz.

    Mercado de trabalho

    O mercado de trabalho brasileiro apresenta cenário positivo, de acordo com o Ipea, com pequena queda da desocupação – ficou em 8,2 em outubro -, recuperação dos rendimentos e crescimento da massa salarial real. Contudo, ressalta, “a queda da desocupação nos últimos meses não ocorreu em função da expansão da ocupação, mas pela retração da força de trabalho”.

    “Em outubro de 2022, apesar do aumento de 5,4% da população ocupada, na comparação com o mesmo período do ano anterior, o contingente de trabalhadores vem perdendo o dinamismo. Mesmo assim, a massa salarial real continua crescendo e supera o nível anterior à pandemia”, aponta o Ipea.

    Inflação

    Na quinta-feira (15), o Ipea antecipou pequena revisão na inflação para 2023, com alta de 4,9% ante taxa de 4,7% projetada em setembro. “As estimativas para IPCA e INPC permanecem baseadas na continuidade do processo de desinflação pelo qual a economia brasileira vem passando.”

    Para 2022, tanto a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) quanto a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foram mantidas em 5,7% e 6,0%, respectivamente.