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    Ipea projeta crescimento de 1,8% no PIB deste ano

    Já para 2023, a expectativa dos pesquisadores é de 1,3%

    Pauline Almeidada CNN

    no Rio de Janeiro

    O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deste ano para 1,8%. Em março, a expectativa era de 1,1%. A projeção se aproxima da apresentada pelo Banco Central um dia antes: de 1,7%.

    Segundo a nota técnica divulgada pelo Ipea nesta quinta-feira (30), a mudança foi provocada pelo desempenho positivo da maior parte dos setores da economia em abril e maio, além da intensificação da melhora no mercado de trabalho. Também nesta quinta-feira (30), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que a taxa de desemprego chegou a 9,8%, o melhor resultado para um trimestre terminado em maio desde 2015.

    O Ipea aponta que o destaque do ano deve ficar para o setor de serviços, com a expectativa de uma alta de 2,8%.

    Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, as empresas estão se recuperando dos prejuízos da pandemia e lideram a geração de empregos, com saldo de 658 mil vagas formais até o meio e expectativa de mais 673 mil até o fim do ano. Educação e turismo registram as principais retomadas. Já em relação ao desempenho da agropecuária e da indústria, o Ipea projeta estabilidade.

    Após uma alta de 1% no PIB no primeiro trimestre deste ano, o segundo semestre de 2022 guarda mais desafios. A nota técnica dos pesquisadores aponta obstáculos internos e externos, especialmente por conta da guerra entre Ucrânia e Rússia, que já completou quatro meses, sem previsão de encerramento.

    O conflito no Leste Europeu prejudica as cadeias produtivas internacionais e deve continuar prejudicando o cenário econômico. Além disso, o Ipea destaca as elevadas taxas de inflação em vários países, mostrando que o problema não se limita ao Brasil, onde a alta de preços passa dos 12% no acumulado dos últimos 12 meses.

    Internamente, além da inflação, o Ipea aponta que o aperto na política monetária deve intensificar seus efeitos nos próximos meses, atingindo, por exemplo, a oferta de crédito. Além disso, os brasileiros enfrentam uma queda na renda, o que dificulta o aumento do consumo e da circulação de dinheiro.

    Com incertezas previstas para o segundo semestre, o Ipea também revisou a projeção do PIB para o próximo ano, mas para baixo: de 1,7% para 1,3%. O instituto prevê um início de ano tímido do ponto de vista da atividade econômica, com uma recuperação ao longo de 2023. O cenário depende do que deve acontecer na guerra, que pode reduzir a pressão inflacionária mundial.