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    IPCA-15 mostra que setor de serviços ainda é ponto de atenção, dizem especialistas

    Inflação de serviços foi de 0,13% em agosto para 0,53% em setembro, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo IBGE

    IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, subiu 0,35% em setembro
    IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, subiu 0,35% em setembro Imagem: Shutterstock

    Iasmin Paivada CNN

    São Paulo

    A alta do IPCA-15 de setembro veio em linha com o esperado, mas analistas do mercado se mantêm atentos para os dados no segmento de serviços, conforme afirmaram à CNN.

    Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, subiu 0,35% em setembro, após apresentar alta de 0,28% no mês anterior.

    Para Alexandre Maluf, economista da XP, o dado e as medidas subjacentes “trouxeram um sinal neutro para a condução da política monetária”, mantendo as projeções para o IPCA em 2023, de 4,8%, e 2024, de 3,9%.

    Tatiana Pinheiro, economista-chefe de Brasil da Galapagos Capital, destaca o resultado em linha com o consenso. “[O IPCA-15] apresentou abertura benigna da inflação. Apesar da inflação de Serviços em alta por conta de aumento de passagens aéreas, cujo preço saltou 13% no período”, explica.

    A inflação de serviços foi de 0,13% em agosto para 0,53% em setembro. No período acumulado de 12 meses, a inflação de serviços registrou alta 5,59%, ante 5,37% em agosto. O IPCA-15, por sua vez, teve alta de 5% no mesmo período.

     

    Rafael Costa, analista e integrante do time de estratégia macro da BGC Liquidez, também pontua que houve uma surpresa altista na inflação de serviços, explicado por uma variação de preços maior que esperada de passagem aérea.

    Para o especialista, contudo, os itens dos serviços apresentaram resultado um pouco conflitantes no período: enquanto a inflação de mão de obra e condomínio aumentaram para patamares historicamente altos, as inflações de aluguel residencial e empregado doméstico ficaram em patamares historicamente baixos.

    “A inflação de serviços foi alta para o período, mas se excluirmos a passagem aérea e a alimentação fora do domicílio da conta, o resultado foi melhor, abaixo da mediana histórica”, explica.

    Alexandre Lohmann, economista-chefe da Constância Investimentos, destaca que os preços dos serviços subjacentes – que excluem passagem aérea e a alimentação fora do domicílio da conta – também apresentaram alta substancial (0,27% no IPCA-15 de agosto e 0,34% no IPCA-15 de setembro), ainda que abaixo da mediana histórica.

    Isso devido à recomposição dos preços de taxa e aluguéis, que voltou a subir 0,40%. “[Serviços] é um segmento bastante acompanhado pelo mercado e pelo Copom nesse estágio do ciclo de desinflação”, destaca o especialista.

    Segundo Lohmann, os serviços devem continuar sendo pressionados até o fim do ano devido aos reajustes de querosene de aviação e à sazonalidade em pacotes turísticos e transporte de aplicativos.

    Veja também: BC divulga ata do Copom e IBGE publica IPCA-15