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    IPCA-15 deve ter alta de até 0,15% em julho, aponta coordenador de Preços da FGV

    Prévia da inflação do mês será divulgada nesta terça-feira (25) pelo IBGE; quedas no preço da energia e da gasolina devem desacelerar índice

    Inflação; alta dos preços
    Inflação; alta dos preços Getty Images

    Nathalie Hanna Alpacada CNN*

    Rio de Janeiro

    Uma projeção feita pelo economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da CNN, mostra que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) deve ter uma alta de 0,10% a 0,15% em julho, no comparativo com junho deste ano.

    A prévia oficial da inflação deste mês será divulgada nesta terça-feira (26), às 9h, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Segundo o economista, o índice não deve ter uma grande alta devido às reduções do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cuja alíquota foi limitada a 17% e 18% por uma lei nacional.

    O grande destaque, conforme indica Braz, deve ser a queda no preço da energia elétrica e da gasolina, estimulada pela diminuição do imposto estadual.

    No entanto, o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da FGV frisa que o resultado não representará ainda uma queda integral, já que só mostra o que foi captado até meados do mês de julho.

    “A gasolina deve apresentar uma queda de 8% e a taxa de energia deve ser em torno de 5%, mas as quedas não vão parar por aí. O que deu para ser captado nesse IPCA-15 não materializa o 100%, então apenas uma parte será representada. Isso vai fazer com que o IPCA recue bastante em comparação com o mês passado. Isso porque a redução do ICMS será mais perceptível do que no IPCA-15, pois este indicador só pega as informações da metade do mês”, diz.

    Em contrapartida, de acordo com o economista, a alimentação será um fator de alta no indicador de julho.

    Braz ressalta que os itens que mais devem causar impacto são o leite, que passa pela entressafra, o trigo, por conta do conflito na Ucrânia, e o café, que ainda não se recuperou da quebra de safra decorrente de ocorrências climáticas em 2021.

    “O café da manhã vai ser um destaque de alta nesse IPCA-15. O impacto será perceptível mais na parte dos leites e derivados, já que chove pouco no inverno e a condição das pastagens piora muito. O trigo vai continuar sendo impactado, pois a guerra entre a Ucrânia e a Rússia não terminou. Além desses dois, o café também vai aparecer com um certo destaque, pois ainda há um reflexo da quebra de safra do ano passado”, comenta Braz.

    Nesta segunda-feira (25), o Boletim Focus do Banco Central (BC) revisou a projeção da inflação para este ano, que sofreu uma redução pela quarta vez seguida, passando 7,54% para 7,30%. Entretanto, para 2023, a expectativa é de avanço de 5,2% para 5,3%.