IPCA-15 de maio deve ter alta de 0,15%, diz coordenador do Índice de Preços da FGV
Se projeção se confirmar, será a menor taxa mensal do ano; Indicador será divulgado nesta terça-feira (24) pelo IBGE
Uma projeção feita pelo economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da CNN, mostra que o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) deve ter uma alta de 0,15% em maio, em comparação com o mês de abril deste ano.
O indicador oficial, considerado a prévia da inflação para o mês, será divulgado nesta terça-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Braz aponta que, caso a projeção se concretize, será o menor IPCA-15 deste ano. O economista afirma que a energia elétrica apresentará recuos importantes, o que pode fazer com que a alta do indicador não seja tão significativa.
“A energia elétrica deve apresentar uma queda de 14% nesta edição, exatamente por conta do fim [da bandeira] da escassez hídrica, que já se passaram 30 dias desde que não há cobrança extra. Essa queda, na variação média de energia, é que vai abrir espaço para termos uma variação baixa no IPCA-15″, ressalta o especialista.
Além da energia, Braz destaca que o preço dos combustíveis, um dos principais vetores da inflação, também deve contribuir para a queda no mês de maio. Para o economista, o reajuste aplicado pela Petrobras no último dia 10, de 8,9% no preço do diesel às distribuidoras, não terá efeitos na divulgação do IBGE desta terça-feira.
“A parte de combustíveis também deve ceder um pouco, já que faz um tempo que a gasolina não é reajustada. A última foi feita no mês de março. Então ela deve aparecer com variação de 1%, muito mais baixa do que apareceu nos últimos fechamentos”, analisa.
O especialista acredita que os alimentos vão continuar como foco da inflação e terão uma variação média de 1,2%. De acordo com ele, há vários tipos de efeitos que englobam essa pressão, como os problemas sazonais que afetam as safras e a guerra da Ucrânia, relacionada à alta dos derivados do trigo.
“Algumas safras de in natura, itens que não são industrializados, como as frutas e os legumes, andaram com pouca oferta por conta das condições climáticas. O conflito da Rússia e da Ucrânia também pressiona o preço do trigo e a cadeia de derivados, além do leite subindo de preço por conta do efeito sazonal que, quando chega no inverno, as pastagens ficam piores e o leite do preço sobe. Então há uma mistura de causas”, conclui.