Ibovespa fecha com alta de 0,85% com commodities e nomeação ao BC no radar; dólar vai a R$ 5,01
Moeda norte-americana avança 1,44% e fica acima de R$ 5 pela primeira vez desde o dia 2 de maio
O Ibovespa e o dólar subiram nesta segunda-feira (8), iniciando uma semana pautada pela divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos e no Brasil.
Nesta primeira sessão da semana, as atenções estiveram voltadas para os avanços de commodities internacionais e a nomeação de Gabriel Galípolo, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para o Banco Central (BC).
O principal índice da bolsa brasileira fechou o pregão com alta de 0,85%, aos 106.042 pontos. Seguindo o mesmo caminho, o dólar ganhou 1,44%, encerrando a R$ 5,015 na venda. É a primeira vez que a moeda norte-americana rompe o nível psicológico de R$ 5 desde o dia 2 de maio.
A alta do Ibovespa acompanha o avanço do minério de ferro e do petróleo, impulsionando empresas com grande peso no pregão. O minério encerrou o dia com alta de 5% na bolsa de Dalian, na China, enquanto o petróleo do tipo brent avançou 2,27%.
O movimento fez as ações da Vale (VALE3) subirem 3,93%, enquanto os papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) ganharam 2,38%.
Já o avanço do dólar reflete a apreensão da oficialização do auxiliar de Fernando Haddad para a diretoria de Política Monetária do BC. A perspectiva dos agentes é de maior influência do governo federal na autarquia, principalmente com as recorrentes investidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a condução da taxa de juros.
Em um dia de agenda de indicadores econômicos esvaziada, os investidores ficam de olho nas divulgações da semana. A terça-feira (9) guarda a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Vale lembrar que, na quarta-feira passada, a diretoria decidiu, de forma unânime, por manter a taxa de juros em 13,75% ao ano mais uma vez.
Neste fim de semana, durante a coroação do rei Charles III, Lula afirmou que o BC tem autonomia, mas não é intocável, e voltou a acusar Roberto Campos Neto, o presidente da autarquia, de não ter “compromisso com o país”.
Na quarta (10), o destaque fica com os dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A projeção é de alta de 0,4% em abril e, em 12 meses, de manutenção do atual patamar de 5%.
O dado é especialmente importante por calibrar as apostas do mercado quanto a trajetória da taxa de juros norte-americanas. Segundo dados do CME Group, 90% dos agentes econômicos espera, agora, uma pausa no ciclo de aperto do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), mantendo a atual faixa de 5% a 5,25%.
Para fechar, os dados de inflação do Brasil devem sair na sexta-feira (12). A projeção é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tenha subido 0,55% no mês passado e fique em 4,10% nos últimos 12 meses. Se esse ficar neste patamar, o indicador vai estar dentro da banda de tolerância da meta de inflação para o ano.
No radar, está o Boletim Focus desta semana, divulgado mais cedo pelo BC. Para 2023, o mercado diminuiu a projeção da inflação para 6,02% e, de resto, manteve as expectativas divulgadas no último relatório. Para 2024, o IPCA também caiu, dessa vez para 4,16%.
Além disso, uma bateria de balanços corporativos também pauta o dia dos investidores. O Itaú divulgou lucro de mais de R$ 8,4 bilhões no primeiro trimestre — alta anual de mais de 14%. O BTG Pactual, por sua vez, teve lucro de mais de R$ 2,2 bilhões, um crescimento de 10% em relação ao mesmo período de 2022.
Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,943 na venda, em baixa de 0,97%. Já o Ibovespa teve forte alta de 2,91%, aos 105.148 pontos.
Publicado por Tamara Nassif. Com informações da Reuters.