Ibovespa fecha em alta de 0,55% com petróleo e minério de ferro; dólar cai a R$ 5,17
Principal índice da B3 encerrou aos 106.471,92 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 1,03%
O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira (5) em alta de 0,55%, aos 106.471,92 pontos, renovando as máximas em quase dois meses. O principal índice da bolsa foi impulsionado por ações ligadas a commodities, em especial a Vale a Petrobras, que operaram em alta com um otimismo sobre as perspectivas de demanda na China e nos Estados Unidos.
O índice também descolou das bolsas do exterior, que recuaram após os dados sobre a economia norte-americana. A taxa de desemprego caiu para 3,5%, e foram gerados 528 mil postos de trabalho, mais que o dobro do projetado. Analistas temem que a aparente melhora no mercado de trabalho americano pressione o Fed (BC dos EUA) a adotar uma política mais agressiva contra inflação.
Já o dólar fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,168, revertendo a alta na manhã, enquanto o mercado brasileiro foi beneficiado por um fluxo favorável de investimentos.
Na semana, o real e o Ibovespa foram beneficiados pela sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o ciclo de alta de juros no Brasil pode ter terminado em agosto, mas deixando em aberto uma possível elevação em setembro dependendo da conjuntura. Com a taxa Selic seguindo as projeções do mercado, as areações entre investidores foram positivas.
No acumulado dos últimos cinco dias, a moeda norte-americana caiu 0,07%.
O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.
Na quinta-feira (4), o dólar teve queda de 1,05%, cotado a R$ 5,222. Já o Ibovespa avançou 2,04%, aos 105.892,22 pontos, no seu maior patamar desde 9 de junho.
Estados Unidos
Os números reforçam a visão de que a economia do país está superaquecida, o que aumenta a demanda e pressiona a inflação para cima. Com isso, a visão do mercado é que o Federal Reserve precisaria ser mais agressivo no ciclo de alta de juros, com as apostas de um terceiro aumento de 0,75 ponto percentual voltando a ganhar força.
O quadro indica uma reversão das previsões nas semanas anteriores, quando o mercado apostou em um ciclo mais brando, com altas de juros menores, depois do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre recuar e o Fed indicar que poderia ter elevações menores dependendo dos dados da economia.
A moeda norte-americana foi beneficiada no exterior pelo aumento dos juros, e quanto maiores as apostas em um Fed mais agressivo, maior a retirada de investimentos de outros mercados, que migram para os Estados Unidos.
Sentimento global
A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.
O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.
No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.
O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado permite uma recuperação, mesmo que distante dos níveis do primeiro trimestre de 2022, quando foram beneficiados pelo cenário internacional.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:
Maiores altas
- Braskem (BRKM5) +3,55%;
- Minerva (BEEF3) +3,16%;
- PetroRio (PRIO3) +3,08%;
- 3R Petroleum (RRRP3) +2,82%;
- CSN (CSNA3) +2,67%
Maiores baixas
- Alpargatas (ALPA4) -13,54%;
- Americanas (AMER3) -7,82%;
- Fleury (FLRY3) -6,65%;
- Magazine Luiza (MGLU3) -5,39%;
- Grupo Natura (NTCO3) -3,67%
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*Com informações da Reuters