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    Bolsa cai 2%, mas cresce 8% no mês; dólar fecha julho com maior queda do ano

    Índice encerrou a semana em alta de 0,62% e acumulou elevação de 8,3% em julho; dólar ficou 4% mais barato

    O Ibovespa fechou esta sexta-feira (31) em queda de 2%, aos 102.912,24 pontos, em sessão carregada de notícias corporativas locais.

    A Cogna desabou 12,47%, com estreia comportada das ações da subsidiária Vasta na norte-americana Nasdaq, mesmo após precificar IPO acima da faixa indicativa.

    Na outra ponta, a Ecorodovias subiu 7,51% após seus controladores indiretos Primav e Igli assinarem acordo que contempla uma capitalização da empresa prioritariamente por meio de uma oferta de ações de até R$ 1,8 bilhão.

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    Cielo fechou em alta de 10,33%, em sessão de recuperação, revertendo as perdas da semana, que até a véspera alcançavam mais de 8%.

    Petrobras também terminou no terreno negativo, em baixa de 2,41%, após reportar na noite da véspera prejuízo líquido de R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre, revertendo resultado positivo de um ano antes.

    Gol recuou 3,45%, após prejuízo bilionário no segundo trimestre e sinalização de que seu consumo diário de caixa pode aumentar até quatro vezes nos próximos três meses em comparação ao segundo trimestre.

    O Grupo Soma, por sua vez, disparou 11,3% em sua estreia na bolsa paulista, após precificar IPO na última quarta-feira, a R$ 9,90, em operação que movimentou R$ 1,8 bilhão.

    Apesar da queda diária, o Ibovespa encerrou a semana em alta de 0,62% e acumulou elevação de 8,3% em julho. A ação que mais se valorizou no período foi a WEG, a 33,33%. Na outra ponta, IRB Brasil recuou 21,6%.

    Apesar de quatro meses seguidos de alta, o índice ainda registra perda de 10,92% em 2020. O volume financeiro no pregão desta sexta-feira totalizou cerca de R$ 30,5 bilhões. 

    Para o analista gráfico da Clear Corretora, Fernando Góes, o Ibovespa deverá ficar um pouco “lateralizado” em agosto, com chance de chegar aos 107 mil, mas oscilando entre este patamar e os 102 mil pontos, com rotação de posições entre setores.

    Daniel Herrera, analista da Toro, reforça o sentimento e afirma que os resultados trimestrais das empresas podem ter grandes impactos na bolsa em agosto. “Empresas que surpreenderem positivamente podem ver seus papeis se valorizarem mais rápido. Por outro lado, aquelas que decepcionarem podem passar por fortes quedas”, diz.

    Câmbio

    O dólar fechou em firme alta ante o real, mas ainda acumulou no mês a maior queda do ano, puxado pelo enfraquecimento generalizado da moeda norte-americana em julho em meio à farta liquidez e a dúvidas sobre a superioridade da recuperação norte-americana ante outras economias.

    Nesta sexta-feira, o dólar à vista subiu 1,15%, a R$ 5,2185 na venda. Em julho, a moeda caiu 4,07%, maior baixa mensal desde dezembro de 2019 (-5,37%). Em 2020, a cotação ainda sobe 30,04%, o que deixa o real com o pior desempenho global no período.

    No exterior, o índice do dólar frente a uma cesta de moedas saltava 0,7%, variação relevante para o índice, com o mercado realizando lucros depois de um mês praticamente inteiro de quedas. Incertezas sobre pacote de ajuda fiscal nos EUA também pesavam sobre ativos de risco, como moedas emergentes, grupo do qual o real faz parte.

    De maneira geral, o cenário ainda é turvo, mas não se espera que o real volte a sofrer depreciações como a que levou a moeda para perto de 6 reais por dólar em meados de maio.

    “Esperamos que a moeda negocie dentro de um intervalo entre 5,0 reais e 5,5 reais”, disseram analistas do Bank of America em relatório. “Esperamos que o banco central continue intervindo para mitigar a volatilidade e que a taxa de câmbio permaneça fraca para refletir elevado prêmio de risco em meio ao cenário macroeconômico frágil e às baixas taxas de juros”, concluíram.

    Lá fora

    No exterior, ainda repercutem dúvidas sobre a recuperação econômica dos Estados Unidos (EUA), mas o apetite por risco era alimentado por dados da indústria da China, que acelerou a atividade em julho pelo quinto mês seguido. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) chinês subiu inesperadamente a 51,1 em julho, de 50,9 em junho. Essa foi a leitura mais alta desde março.

    Mesmo em meio às incertezas sobre o ressurgimento do coronavírus no país, a liquidez e o entusiasmo dos investidores do varejo fizeram com que as ações chinesas fechassem a maior alta mensal em 17 meses. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,84%, enquanto o índice de Xangai teve alta 0,71%.

    Em Wall Street, o índice norte-americano S&P 500 fechou 0,77% no azul, em sessão marcada pela repercussão a resultados fortes de grande nomes de tecnologia, como Amazon.com. Há ainda expectativas de nova rodada de estímulos econômicos. Nasdaq subiu 1,78% e Dow Jones avançou 0,44%.

    Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 caiu 1,03%, a 1.385 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,89%, a 356 pontos, deixando para trás ganhos anteriores.

    *Com informações da Reuters

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