Ibovespa sobe 1,77% e fica acima dos 100 mil pontos; dólar cai a R$ 5,34
Tensões entre EUA e China e avanço do coronavírus prejudicavam otimismo nos mercados externos
O Ibovespa voltou a fechar acima dos 100 mil pontos nesta terça-feira (14). O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 1,77%, aos 100.440,23 pontos.
O pregão de hoje foi marcado pela volatilidade. O Ibovespa e o dólar oscilaram muito pela manhã e só mostraram um movimento claro depois das 14h.
O dólar foi e voltou: caiu nos primeiros negócios, depois teve firme alta e fechou o dia em queda novamente. A moeda americana fechou em queda de 0,73%, a R$ 5,34 na venda. Houve oscilação no dia entre alta de 1,24%, para R$ 5,45, e queda de 1,05%, a R$ 5,3312.
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O real terminou o pregão no Brasil entre as divisas de melhor performance no dia, depois de mais cedo ocupar a ponta de baixo. O peso mexicano liderava os ganhos, em alta de 1,2%. O índice do dólar frente a uma cesta de moedas cedia 0,27%, não distante das mínimas da sessão.
Investidores brasileiros levaram em conta a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central, que registrou alta de 1,31% em maio na comparação com o mês anterior. Ainda assim, frustrou economistas: a equipe de economistas do Banco Safra, por exemplo, esperava crescimento de 7,2%. No Itaú Unibanco, a expectativa era de alta de 5,60% e na LCA Consultores, de 4,20%.
Na comparação com maio de 2019, o indicador apresentou queda de 14,24% e, no acumulado em 12 meses, teve perdas de 2,08%, segundo números observados.
Destaques
A Vale foi o grande destaque do pregão desta terça-feira. Os papéis da mineradora dispararam mais de 7,03%, a R$ 61,70. A forte alta acontece apoiada em expectativas relacionadas à retomada do pagamento de dividendos e à demanda por minério de ferro, particularmente na China, que mostrou um salto de 17% nas importações da commodity no mês passado.
O diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, afirmou no começo do mês que a Vale encontra-se apta a retomar a política de pagamento de dividendos e, para tanto, depende apenas da redução de incertezas relacionadas à pandemia do coronavírus.
A Localiza também teve um bom desempenho: seus papéis avançaram 4,28%, negociados a R$ 43,90. A empresa comandada por Eugenio Mattar avançou em um momento de incertezas no mercado automotivo. O motivo da valorização foi um relatório do Bradesco BBI sobre o setor de aluguel de veículos. Analistas reitararam a recomendação “outperform” para a companhia e evelaram o preço-alvo de R$ 35 para R$ 53.
Entre os destaques negativos, três varejistas: as ações da Renner caíram 2,01%, a R$ 41,91, os papéis da Hering recuaram 1,54%, negociados a R$ 15,32 e a B2W, controladora da Americanas.com e Submarino, teve perda de 1,12%, com as ações valendo R$ 115,69.
Lá fora
O índices dos Estados Unidos começaram o dia em baixa, mas se recuperaram e tiveram ganhos. O Dow Jones teve a alta mais expressiva, de 2,13%, aos 26.642,59. O S&P 500 avançou 1,34%, aos 3.197,52 pontos e o Nasdaq subiu 0,82%, aos 10.689,52 pontos.
O mercado acionário europeu fechou em baixa nesta terça-feira pressionado pela liquidação em ações de tecnologia em meio às perdas nos índices dos Estados Unidos por temores com novas restrições devido ao coronavírus. Os índices norte-americanos fecharam o dia em alta, mas no momento do fechamento do mercado europeu, Nasdaq e S&P 500 caíam.
O índice FTSEurofirst 300 caiu 0,79%, a 1.433 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 0,84%, a 367 pontos, com as ações de tecnologia registrando a maior queda em mais de um mês, de 2,6%.
Já na China, os índices fecharam o dia em baixa, sob o peso da incerteza sobre o futuro da economia e o mau relacionamento com os americanos. O CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 0,95%, enquanto o índice de Xangai teve queda 0,83%.
(Com Reuters)
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