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    Ibovespa fecha em alta de 1,25% com commodities no radar; dólar sobe a R$ 5,14

    Principal índice da B3 terminou o dia aos 104.396,90 pontos, enquanto a moeda norte-americana valorizou 0,22%

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa fechou em alta de 1,25%, aos 104.396,90 pontos, nesta quarta-feira (11), favorecido por uma aversão menor a riscos ao redor do mundo e pela alta de ações ligadas a commodities, principalmente o petróleo e o minério de ferro.

    O dólar subiu 0,22%, cotado a R$ 5,145, seguindo o desempenho no exterior conforme o mercado repercute as divulgações do Índice de Preços ao Consumidor (CPI na sigla em inglês) dos Estados Unidos e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil, ambos referentes a abril.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022 – movimento que acontece desde 6 de maio. A operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o banco poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    A moeda tomou fôlego de forma paulatina a partir do começo da tarde. Ainda pela manhã, chegou a oscilar entre R$ 5,1723(+0,74%) e R$ 5,093 (-0,80%).

    Na terça-feira (10), o dólar teve queda de 0,41%, a R$ 5,134. Já o Ibovespa caiu 0,14%, aos 103.109,94 pontos.

    Commodities

    Os contratos futuros de minério de ferro na China saltaram mais de 5% nesta quarta-feira, depois de caírem por três sessões consecutivas, com o aumento das esperanças de recuperação da demanda nas usinas mesmo com os lockdowns contra a Covid-19 no país interrompendo a atividade econômica.

    Os futuros de minério de ferro mais ativos na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em setembro, chegaram a subir 6,6%, para 831 iuanes (US$ 123,72) por tonelada –o maior ganho percentual desde 7 de março. O contrato fechou com alta de 5,3%, a 821 iuanes por toneladas.

    Na bolsa de Cingapura, o contrato de minério de ferro mais negociado de junho ganhou 4,3%, para 131,85 dólares por tonelada.

    “O impacto [da pandemia] em áreas como Tangshan está diminuindo, e o transporte de matérias-primas foi retomado”, disseram analistas da Haitong Futures em nota, acrescentando que a produção diária de ferro fundido se recuperou em relação às semanas anteriores.

    Ao mesmo tempo, nesta quarta-feira, o petróleo Brent fechou a US$ 107,51 o barril, com alta de 4,93%. Enquanto o WTI terminou cotado a US$ 105,71, com valorização de 5,96%.

    Na contramão da véspera, quando fechou abaixo de US$ 100 o barril, para seu menor patamar em duas semanas, com as perspectivas de demanda pressionadas por lockdowns contra o coronavírus na China e crescentes riscos de recessão.

    Inflação

    O indicador dos EUA desacelerou em abril ante março, a primeira vez desde agosto de 2021, indicando que os Estados Unidos superaram um pico de inflação. As pressões inflacionárias persistem, com a variação em 12 meses acima de 8%,mas o resultado pode levar o Fed a realizar altas de juros menos intensas que o previsto, longe dos 0,75 p.p..

    Porém, o CPI não é a principal medida de inflação acompanhada pelo Federal Reserve, mas fornece informações ao mercado sobre a situação do país.

    O IPCA, medida oficial de inflação do Banco Central, também desacelerou em relação a março, vindo levemente acima das expectativas do mercado. Entretanto, a alta de 1,06% foi a maior para o mês desde 1996. A projeção atual do mercado é que o BC realize mais uma alta na taxa Selic em junho, encerrando o ciclo em 13,25% ao ano.

    Pessimismo global

    O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve na quarta-feira (4). Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentam as projeções de uma forte desaceleração econômica, prejudicando os mercados.

    O crescimento das exportações chinesas desacelerou a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações econômicas.

    Efeitos no real

    Retornando aos R$ 5, o dólar reverteu parte dos ganhos que o real obteve nos primeiros meses do ano devido a uma combinação de fatores que influenciaram no fluxo de compra e venda da moeda.

    Ao CNN Brasil Business, especialistas associaram essa valorização recente a dois principais fatores: a perspectiva de altas maiores de juros nos Estados Unidos e os temores em relação aos lockdowns estabelecidos em uma série de cidades economicamente relevantes na China.

    Os juros norte-americanos maiores tendem a atrair investimentos para o mercado de títulos do Tesouro do país, retirando capital de mercados considerados mais arriscados que o dos Estados Unidos, caso do Brasil.

    Já as medidas de controle de disseminação da Covid-19 na China, que afetam cidades como Xangai e Pequim, tendem a reduzir a demanda da segunda maior economia do mundo por commodities, prejudicando seus principais fornecedores, entre eles o Brasil, e influenciando negativamente nos preços desses produtos.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quarta-feira:

    Maiores altas

    • Petrobras (PETR3) +5,04%;
    • PetroRio (PRIO3) +5,03%;
    • Vale (VALE3) +4,17%;
    • Bradespar (BRAP4) +4,11%;
    • Braskem (BRKM5) +4,11%

    Maiores baixas

    • Qualicorp (QUAL3) -12,80%;
    • Hapvida (HAPV3) -5,97%;
    • Locaweb (LWS3) -5,71%;
    • CVC (CVCB3) -5,47%;
    • Rede D’Or (RDOR3) -5,38%

     

    *Com informações da Reuters

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