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    Ibovespa fecha em queda e dólar sobe com cenário político no radar

    Paulo Guedes disse à CNN Brasil que vai derrubar o endividamento com privatizações em 2021 e o mercado voltou a ficar animado

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo



     

    Depois da eleição americana, os investidores passaram a olhar para o cenário doméstico. O medo do aumento da dívida pública permeou os negócios desta quarta-feira (11).

    Ontem, o presidente Jair Bolsonaro destacou que o auxílio emergencial acaba em dezembro e questionou: “como ficam os 40 milhões que perderam tudo?”. O comentário foi interpretado como sinal de que o governo vai buscar a todo custo manter algum tipo de ajuda financeira a mais vulneráveis em 2021. 

    Mas bastou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, dissesse à CNN Brasil que vai derrubar o endividamento com privatizações em 2021 para o mercado voltar a ficar animado. Durou pouco, porém.

    O dólar à vista subiu 0,47%, a R$ 5,4167 na venda. Ao longo do dia, a cotação variou entre R$ 5,458 (+1,24%) e R$ 5,374 (-0,32%).

    Já o Ibovespa caiu 0,25% para 104.808 pontos.

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    A Via Varejo (VVAR3), que vai divulgar resultado na noite desta quarta, teve uma das maiores altas do pregão, com avanço de 5,61%. 

    Na outra ponta, estão os papéis da Braskem, com queda de 5,6%. O motivo: a companhia reportou aumento do prejuízo no terceiro trimestre

    Gigantes do setor de turismo, como CVC, Azul e Gol também tinham movimento de correção após fortes subidas na últimas sessões.

    Internamente, depois que um “evento adverso grave” interrompeu os testes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quarta-feira a retomada do estudo clínico com a potencial vacina contra Covid-19 CoronaVac, da chinesa Sinovac, que está sendo testada no Brasil pelo Instituto Butantan.

    No âmbito político, chamava a atenção dos investidores a fala adotada pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira, quando afirmou, referindo-se à diplomacia Brasil-Estados Unidos, que “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora”.

    Bolsonaro se referiu indiretamente a declarações do presidente eleito dos EUA, Biden, sobre levantar barreiras comerciais contra o Brasil para interromper o que o norte-americano chamou de destruição da floresta.

    O presidente afirmou também que é preciso enfrentar a pandemia do novo coronavírus de “peito aberto” e que o Brasil tem de deixar de ser “um país de maricas”, numa referência pejorativa ao receio com a Covid-19, que já matou mais de 162 mil e infectou 5,67 milhões de pessoas no país.

    “A celeuma acontece a poucos dias da volta de Brasília às atividades pós-eleições municipais para discutir o orçamento de 2021, incluindo as PECs de revisão de despesas e o programa de transferência de renda – um desafio que não é trivial”, disseram em nota analistas políticos da XP Investimentos.

    “Era recomendado que o governo concentrasse esforços nesses dias que antecedem o retorno para chegar na semana que vem com o tema encaminhado – o desconcerto de ontem mostra que estamos na direção contrária.”

    Lá fora

    Os índices Nasdaq e S&P 500 avançaram nesta quarta-feira, com sinais de eficácia em potencial vacina contra a Covid-19 elevando esperanças sobre uma recuperação econômica mais rápida do que o esperado, enquanto as ações de tecnologia se recuperavam das perdas acentuadas desta semana.

    O Nasdaq, com forte peso de papéis do setor tecnológico, liderou os ganhos entre os principais índices e subiu 2,31%. As chamadas “megacaps” do segmento de tecnologia, incluindo Netflix Inc, Amazon.com Inc e Facebook Inc, consideradas vencedoras num contexto de teletrabalho e isolamento social, também ganhavam entre 1,4% e 3,3%.

    O S&P 500 subiu 0,76%, com o índice de tecnologia entre os melhores desempenhos entre os índices setoriais, seguido pelo índice de consumo discricionário.

    As ações europeias subiram pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira, com o otimismo em torno de uma potencial vacina contra a Covid-19 e comentários encorajadores da chefe do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, contrabalançando preocupações de danos econômicos causados ??pelo aumento das infecções.

    O índice pan-europeu STOXX 600 saltou 1%, sobre uma alta já acumulada de 6% nesta semana, com investidores aportando em papéis de serviços públicos, bem como em ações relacionadas a viagens, um setor que teve um desempenho amplamente inferior este ano.

    As ações de tecnologia, que acompanharam um aumento dos papéis norte-americanos desde o “crash” causado pelo coronavírus em março, subiram 2%.

    Já as bolsas asiáticas fecharam sem direção única om algumas ainda sustentadas pela perspectiva de que surja em breve uma vacina viável contra a Covid-19 e outras pressionadas por propostas de regulação da China que derrubaram ações do setor de tecnologia.

    O índice acionário japonês Nikkei subiu 1,78% em Tóquio hoje, a 25.349,60 pontos, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 1,35% em Seul, a 2.485,87 pontos, em seu oitavo pregão consecutivo de ganhos, e o Taiex registrou alta de 1,38% em Taiwan, a 13.262,19 pontos.

    Na China, porém, os mercados se enfraqueceram nesta quarta após Pequim colocar propostas em consulta pública para regular o setor de tecnologia. As propostas trazem diretrizes de como a lei antimonopólio chinesa, de 2008, será aplicada a empresas de internet. O governo chinês está preocupado, por exemplo, com práticas como a de oferecer serviços abaixo do preço de custo para eliminar a concorrência.

    Principal índice chinês, o Xangai Composto caiu 0,53%, a 3.342,20 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 1,94%, a 2.263,96 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 0,28%, a 26.226,98 pontos, após os gigantes de internet Alibaba e Tencent sofrerem tombos de 9,8% e 7,2%, respectivamente. A queda do Alibaba foi a maior desde que sua ação foi listada em Hong Kong, há cerca de um ano.

    Na Oceania, a expectativa por uma vacina contra a Covid-19 e sinais de que a Austrália superou sua segunda onda de infecções pela doença impulsionaram a Bolsa de Sydney. O S&P/ASX 200 avançou 1,72%, a 6.449,70 pontos, atingindo o maior patamar desde o fim de fevereiro, após autoridades australianas anunciarem que o país não registrou novos casos de transmissão local por quatro dias seguidos. 

    (Com Reuters)

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